Por que o bem-estar nas empresas não deve ser descurado?

A acção das empresas para o bem-estar dos seus colaboradores, através de um plano pensado e desenhado de acordo com as necessidades individuais e colectivas, permite contribuir para o bem-estar comum.

 

Por Bruno Nunes, Wellness Corporate Manager Portugal do Holmes Place

 

Expandimos a nossa compreensão e o nosso conhecimento, mas também a nossa insegurança a cada semana que passa. Constantemente fora da nossa zona de conforto, entre opiniões fundamentadas, estudos, estatísticas e os “acho que” de corredor do intervalo para café, procuramos todos um amanhã certo ou uma certeza no presente. Desde confinamentos, restrições e Estado de Emergência, ponderamos de que modo tais decisões, por vezes meros alertas, poderão influenciar as nossas profissões, os nossos filhos, os nossos passatempos… Basicamente, a nossa vida!

Dependemos das decisões de terceiros e, para quem tanto procurou condicionar e construir o seu futuro, são momentos como este que nos fazem ficar extremamente sensíveis ao que realmente é essencial e valorizar o que, de tão simples, era garantido. E quando a ausência da simplicidade pode tornar-se tão complexa. A conexão, o toque, o abraço, o beijo, que entre todos partilhámos e que hoje percebemos a influência, e a desconfiança na cara de uma criança aquando desta “experiência” chamada COVID-19.

O que deve ser encarado como certo é que em nós reside a certeza e a partilha, pois vivemos em família como nunca antes fizemos, seja em teletrabalho, telescola ou através de uma série de televisão que começámos a ver juntos e que se tornou num hábito esse momento de final do dia. É nesse local familiar que podemos encontrar o toque que nos falta. É nos nossos que podemos depositar a ausência de tudo o que esta doença tirou, é nos nossos que devemos investir a nossa voz, as nossas horas e a nossa confiança, pois se um dia voltarmos ao confinamento total, fazemo-lo juntos!

E o que significa cuidar de nós e dos nossos? Significa procurar, aceitar e construir o que visualizo para mim e para os meus. E isso é também possível graças à acção das empresas para com o bem-estar dos seus colaboradores. Através de um plano pensado e desenhado para as necessidades individuais e colectivas, é possível permitir chegar a todos e contribuir para um bem-estar comum – em contexto laboral e pessoal. Predispor ao outro sentir-se realizado, apostar no seu desenvolvimento, na sua profissão. Mais tarde, irá ter repercussões em termos emocionais que se vão reflectir em produtividade, motivação e num bem-estar geral. Foi nessa ténue linha que fomos surpreendidos, na nossa saúde e bem-estar.

Foi nessa linha que passou a ser secundário, em que as profissões mais importantes e necessárias saíram do cliché para a acção e percebemos que bem-estar e saúde não são palavras soltas na esperança que um dia sejam encontradas.

Saúde e bem-estar significa, mais do que nunca, cuidar de mim e dos meus, em termos empresariais. Porque, cada vez mais, continuamos a precisar uns dos outros, e valores como solidariedade, respeito, cooperação, trabalho em equipa ou reconhecimento assumem grande importância. Dentro e fora das empresas. E um dos aspectos que não pode ser descurado é a saúde dos colaboradores.

É o bem-estar e a saúde que não devemos descurar nem mais um segundo, em que devemos tornar reais todas as resoluções, pois se existe uma constante todos anos, é esta: «Este ano vou ser mais activo, vou treinar, vou começar…»

Cuidar do outro é também cuidar de si.

 

Esta artigo foi publicado na edição de Novembro (n.º 119) da Human Resources, 

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