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Porque é que um colaborador feliz vai embora?
Apesar de uma economia em recessão, um pouco por todo o mundo, as ofertas de emprego têm aumentado, não em quantidade, mas em variedade. No entanto, são vários os estudos internacionais que chegaram à conclusão de que, em grande parte dos países europeus, quase 50% dos trabalhadores quer mudar de emprego, e essa percentagem ultrapassa os 60% quando se fala de pessoas entre os 20 e os 34 anos. Os chamados “millennials”.
Por isso, é pertinente questionar porque é que colaboradores felizes querem sair? Mais do que isso, porque é que deixam um emprego que gostam genuinamente? Aqui ficam alguns pontos que o podem explicar:
Aumenta a conectividade, aumenta a tentação
Nunca foi tão fácil trair o seu empregador e nunca foi tão fácil ser apanhado a fazê-lo. As alterações na tecnologia, na atitude e no modo de vida trouxeram grandes níveis de insatisfação no emprego. A instalação de aplicações que alertam as pessoas de uma nova oportunidade de trabalho tornou, por um lado, a procura de emprego mais fácil e confortável e, por outro, aumentou a tentação de arriscar na mudança.
Menor dependência do ordenado como fonte de rendimento
Mesmo numa economia em recessão, ou perto disso, muitos colaboradores talentosos confiam que encontrarão facilmente um novo emprego se marcarem presença numa entrevista noutro lado. Isto, aliado ao facto de ser possível adquirir rendimentos provenientes da chamada economia da partilha (como vender pertences no Ebay ou Olx ou alugar a casa em plataformas online), reduziu os receios de perder o emprego.
Trair é menos óbvio
O que é que constitui uma traição à sua empresa? Ir a uma entrevista de trabalho nas costas do seu empregador é uma traição? Participar num evento patrocinado por um concorrente será? Enquanto as linhas que separam uma coisa da outra se tornam cada vez mais turvas, torna-se igualmente cada vez mais difícil definir o que é traição ou não. Muitas destas acções são universalmente consideradas uma traição, mas são universalmente praticadas.
Troca de imagens
A constante conectividade social tem um grande efeito na felicidade que pensamos ter no trabalho. Ao estarmos constantemente a comparar as nossas vidas profissionais com as dos outros através das redes sociais, aumentámos as nossas expectativas em termos de carreira.
Lealdade é o novo embaraço
Antigamente esperava-se que uma empresa nos escolhesse e esperávamos pacientemente enquanto subíamos na carreira. Hoje escolhe-se a empresa e deixa-se de cortejar outras, nem que seja por pouco tempo. Por isso, se dantes era embaraçoso deixar um bom emprego numa boa empresa, actualmente embaraçoso é optar por ficar numa organização quando se tem a oportunidade de a deixar.
Expectativas aumentadas
Nos dias de hoje espera-se muito dos colaboradores. Estes são puxados até ao limite e constantemente desafiados, enquanto se tenta criar um ambiente onde os colaboradores se sintam indispensáveis e insubstituíveis. No entanto, a inclinação para ir para outro lado é maior. Não porque existem novos sonhos a perseguir, mas porque se criou a cultura do “Eu mereço ser feliz!”. Se dantes se deixava uma organização porque se era infeliz, hoje deixa-se porque é possível ser mais feliz.
Fonte: The Undercover Recruiter