Portugal mantém competitividade do seu talento mas Lisboa desce (bastante)
O Global Talent Competitiveness Index 2020 (GTCI) foi apresentado em Davos, na Suíça, e Portugal volta a ficar na 28.ª posição, este ano com uma avaliação de 57,8 pontos. Já Lisboa, ocupa a 62.ª posição no ranking das 155 cidades, com uma pontuação de 46,2 pontos (desceu 17 posições em relação a 2019).
Dentro das seis variáveis que são analisadas no Índice, Portugal destaca-se na taxa de retenção (25.º lugar) e atractividade do mercado (26.ª). Ao nível da capacitação ocupa a 29.ª posição, nas oportunidades de crescimento a 32.ª posição, na competência profissional o 43.º lugar e nos conhecimentos globais o 35º.
Cada uma destas variáveis inclui diversos itens em avaliação, destacando-se como pontos mais fortes o respeito pelos direitos humanos (98,8 pontos e 2.º lugar), a tolerância à imigração (95,89 pontos e 4º lugar) e a estabilidade política (88,71 pontos e 12.ª lugar).
Como pontos (mais) fracos surge a população com ensino secundário (24,09 pontos e 88.ª posição), exportação de alto-valor (12,65 pontos e 80.ª posição) e oportunidades de liderança facultadas às mulheres (42,67 pontos e 75.ª posição).
Resultados globais – Suíça mantém liderança
O GTCI 2020 revela que a Suíça continua a liderar o mundo em competitividade de talentos, mantendo o primeiro lugar desde que o Índice foi lançado em 2013, e os EUA passam de terceiro lugar para o segundo, empurrando Singapura para baixo um lugar, em comparação com 2019. Mas são países europeus continuam a liderar o ranking. Para além destes dois, no pódio, só há mais um não europeu no top 10 – a Austrália (10.ª posição).
TOP 10 principais países do mundo em competitividade de talentos
- Suíça
- Estados Unidos
- Singapura
- Suécia
- Dinamarca
- Holanda
- Finlândia
- Luxemburgo
- Noruega
- Austrália
Relativamente às cidades, Nova Iorque está no topo da lista, como a cidade mais competitiva em talentos empresariais. Destaca-se pelo forte desempenho em quatro dos cinco pilares medidos na pesquisa, especificamente nas categorias “Enable”, “Attract”, “Grow” e “Global Knowledge Skills”.
Em segundo lugar ficou Londres, seguida por Singapura, São Francisco e Boston, no top dos primeiros cinco lugares.
Lisboa surge em 62.º lugar, num total de 155 cidades, sendo que o ano passado tinha ficado em 45.ª.
TOP 10 principais cidades do mundo em competitividade de talentos
- Nova Iorque, EUA
- Londres, Reino Unido
- Singapura
- São Francisco, EUA
- Boston, EUA
- Hong Kong
- Paris, França
- Tóquio, Japão
- Los Angeles, EUA
- Munique, Alemanha
O talento global na era da Inteligência Artificial
Sendo este o tema central do relatório GTCI 2020, constata-se que mais da metade da população no mundo em desenvolvimento não possui competências digitais básicas e que a lacuna de competências digitais está apenas a aumentar, com alguns países a progredirem muito rapidamente, enquanto a maioria do mundo em desenvolvimento fica para trás.
Embora a lacuna de competências digitais seja significativa e continue a aumentar, a análise do relatório constatou que a IA poderia oferecer oportunidades significativas para os mercados emergentes “ultrapassarem”.
Por exemplo, as análises longitudinais da competitividade de talentos revelam que alguns países em desenvolvimento, como a China, a Costa Rica e a Malásia, têm o potencial de tornarem-se ‘campeões de talentos’ nas suas respetivas regiões. Enquanto isso, outros países como o Gana e a Índia aprimoraram as suas capacidades de desenvolver, atrair, crescer e reter talentos nos últimos anos, conquistando o status de “movedores de talentos”.
O Global Talent Competitiveness Index é um índice mundial, que analisa a forma como os países atraem, gerem e retêm os seus profissionais. Foi lançado pela Adecco no Fórum Económico Mundial, em Davos, em parceria com a escola de negócios INSEAD e a Google.