Portugal tem uma das mais baixas medianas salariais do bloco europeu (o valor hora pode impressionar). Mas também há boas notícias

Portugal está em destaque entre as economias mais ricas do mundo por ser, desde perto do início do século, um dos países onde se assistiu a uma das maiores reduções na disparidade salarial.

 

Os dados são do mais recente relatório global sobre salários, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que revela que dois terços dos países conseguiram reduzir a sua desigualdade salarial, mesmo apesar desta permanecer “inaceitavelmente alta”, de acordo com o Jornal de Negócios.

A evolução das desigualdades nos rendimentos do trabalho seguiu aquela que foi a tendência global, mas com o país a contrariar a propensão para maior redução de disparidades entre salários mais altos e a concentrar a maior diminuição das diferenças nos rendimentos abaixo da mediana salarial, que teve uma fraca evolução.

Portugal tem uma das mais baixas medianas salariais do bloco europeu (5,37 euros por hora em 2018), e entre as economias com rendimentos elevados é das que mais tem vindo a reduzir essa disparidade.

De acordo com a publicação, nos dados que têm em conta o salário por hora, a organização calcula várias medidas de desigualdade, com Portugal consistentemente entre os que mais conseguiram aliviar as diferenças relativas. É assim quando se compara o limite máximo de rendimento obtido por quem se encontra no 1.º e no 9.º decis da distribuição salarial – os 10% menores rendimentos e os 10% logo antes do topo – onde as diferenças se esbateram a um ritmo médio anual de 3,3%, o mais elevado de 28 países analisados.

Comparando também os 10% mais ricos com os 40% mais pobres (decis 1 a 4), no chamado rácio de Palma, verifica-se também uma redução média anual das diferenças em 2,5%, a quinta maior do mesmo grupo de países analisados.

No entanto, Portugal continua perto do topo das desigualdades salariais dos países ricos, com quase metade dos trabalhadores a irem pouco além do salário mínimo nacional.

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