Portugal vai aumentar o número (e valor) das bolsas para estudantes dos PALOP

O primeiro-ministro anunciou que, a partir do próximo ano lectivo, Portugal vai duplicar o número de bolsas a conceder a estudantes de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e subir em 30% o valor dessas bolsas.

 

Este anúncio foi feito por António Costa numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente de Angola, João Lourenço, depois de os governos de Portugal e Angola terem assinado 13 acordos.

«A cooperação na educação continuará a ter um papel fundamental. E, por isso, a partir do próximo ano lectivo, Portugal vai duplicar o número de bolsas concedidas para licenciaturas ou mestrados do conjunto dos países de língua oficial portuguesa», declarou o chefe do Governo português.

António Costa adiantou que o Governo português terá também em conta «o aumento dos custos e, nesse sentido, haverá um aumento de 30% do valor das bolsas, o que, naturalmente, também se traduzirá numa subida das bolsas concedidas a estudantes angolanos nas universidades portuguesas».

Ainda de acordo com o primeiro-ministro, Portugal vai continuar a investir na Escola Portuguesa de Luanda e também nos desenvolvimento dos polos fora da capital angolana de forma a serem servidos o maior número de estudantes que pretendam seguir o currículo português, integrando também na carreira docente os professores dessas escolas.

No âmbito da sua visita oficial a Angola, António Costa vai visitar esta terça-feira a Escola Portuguesa de Luanda. Perante os jornalistas, o líder do executivo referiu que a cooperação com Angola, nos próximos anos, além das áreas tradicionais, como a educação, a justiça e administração interna, estender-se-á a novos sectores como o do turismo, a administração pública, a transição digital e a economia azul.

«Fica patente a diversificação e amplitude da nossa cooperação», sustentou, antes de defender que Portugal está a responder de forma positiva ao repto do Governo angolano no sentido de os empresários portugueses contribuírem para uma maior diversificação da economia angolana.

«Assistimos a um reforço significativo da linha de crédito, que passa de 1500 para dois mil milhões de euros. Sendo que este reforço de 500 milhões de euros se traduz também em manter abertos 700 milhões, visto que estão por utilizar 200 milhões de euros da anterior linha», alegou.

António Costa destacou ainda a assinatura do acordo para a criação de um acordo logístico, envolvendo o Porto de Sines pela parte portuguesa e o Dande pelo lado angolano, antes de se referir à questão da dívida do Estado angolano a empresas portuguesas.

«A questão dos créditos a empresas portuguesas tem vindo a resolver-se, apesar de se ter atravessado uma conjuntura económica difícil ao nível mundial. Aproveito para agradecer o esforço que o Estado angolano tem feito para ir resolvendo um problema que, em 2018, era um dos pontos centrais das nossas conversações», acentuou.

O primeiro-ministro também invocou o período da pandemia para elogiar a presidência angolana da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. «Na cooperação bilateral, de 2018, até agora, houve grandes avanços. O anterior programa estratégico de cooperação teve uma boa taxa de execução, o que nos permite agora reforçar essa dimensão. Na parte que não tem a ver com linhas de crédito, há um reforço superior a 42%, o que traduz a boa execução e a diversificação das novas áreas de cooperação», acrescentou.

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