Portugueses diminuem poupanças e aumentam despesas

Pela primeira vez desde 2010, os portugueses estão a planear aumentar os gastos e diminuir as poupanças. O aumento das despesas é uma consequência da subida dos preços dos bens essenciais, enquanto a redução das poupanças reflecte a diminuição dos rendimentos.

A análise do Observador Cetelem conclui que pela primeira vez, em dois anos, aumentou o número de pessoas que pretende aumentar as despesas.

“É a percentagem mais elevada desde 2010 (25%, contra 18% em 2011 e 20% em 2010)”, refere o estudo, salientando que ao mesmo tempo “o número de portugueses que têm intenção de poupar mais (30%) diminuiu em 2012 (menos 17 p.p que em 2010 e 2 p.p. em 2011)”.

A explicação para esta inversão das intenções de gastos e poupança dos portuguêses está no aumento dos preços de alguns bens essenciais e na diminuição dos rendimentos.

«2012 tem sido um ano particularmente difícil para os portugueses, que viram os seus rendimentos e poder de compra diminuir significativamente”, adianta o diretor de marketing do Cetelem, Diogo Lopes Pereira. Como consequência, continua o diretor de marketing, “é natural que as intenções de poupança diminuam também”.

Relativamente ao aumento das intenções de despesa, Diogo Lopes Pereira, saliente que este se “justifica pelo aumento dos preços de alguns productos e bens essenciais.”

O Observador Cetelem analisou o estado de espírito dos consumidores portugueses e concluiu que são os jovens entre os 18 e os 24 anos que mais contam aumentar as suas poupanças nos próximos meses (38%) e que os indivíduos entre os 55 e os 65 anos são os menos confiantes – 77% dos inquiridos não contam aumentar as poupanças.

À questão se “nos próximos meses pensam aumentar as suas despesas” 30% dos consumidores, entre os 25 e os 34 anos, diz que sim. Em 2011, apenas 17% dos indivíduos contava gastar mais.

Os portugueses entre os 55 e os 65 continuam a ser os que menos esperam aumentar as suas despesas. Em 2011 a percentagem chegava aos 90%, em 2012 desce, ficando pelos 80%.

“Como era expectável na análise dos níveis sócio-económicos”, adianta o Observador Cetelem, são as classes altas que prevêm aumentar mais as poupanças (32%). Nas classes baixas, 72% não esperam que as suas economias cresçam nos próximos meses.

O “cenário é semelhante nas intenções de despesas”. A percentagem de indivíduos que contam aumentar os gastos é maior nas classes altas (28%) do que nas classes baixas (16%).

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