Primeiro-ministro defende que aumento de salário médio em 20% é «absolutamente compatível» com evolução dos últimos anos

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu que o aumento do salário médio em 20% ao longo da legislatura é «absolutamente compatível» com a evolução salarial nos últimos anos em Portugal.

 

No debate sobre política geral no parlamento, o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, desafiou Costa a explicar se se referia ao aumento real ou nominal dos salários, quando desafiou os empresários a fazerem este aumento ao longo de quatro anos, «para não se ficar ao nível da atoarda ou do embuste».

Na resposta, o primeiro-ministro remeteu para o programa eleitoral e de Governo do PS, nos quais já se fixava o objetivo de fazer convergir o peso dos salários no Produto Interno Bruto (PIB) com a média europeia.

«O nosso peso actual é de 45%, a meta é chegar aos 48% que é a meta europeia. Para essa trajectória temos de ter uma evolução do salário médio, essa evolução é absolutamente compatível com a evolução do salário médio que temos tidos nos últimos anos. Ou ignora qual tem sido?», questionou.

Paulo Mota Pinto respondeu que esses dados estariam desactualizados, e insistiu na pergunta.

«Sendo um aumento real, tem consciência do que está a exigir aos empresários, um aumento nominal dos salários superior a 35%?», questionou.

O líder parlamentar do PSD acusou o Governo liderado por Costa de ser «o menos reformista do século» e de não ter criado «condições mínimas para as empresas prosperarem».

«Porque não começou por dar o exemplo nos trabalhadores da função pública e nem sequer previu um aumento em linha com a inflação? É fácil prometer subidas de salários à custa do dinheiro dos outros. Como vai impor, criando um ministério dos salários à soviética?», questionou.

Costa remeteu, uma vez mais, a resposta para o programa do Governo, dizendo que tal não será exigido nem imposto, mas negociado num acordo de competitividade e rendimentos, lembrando que a meta fixada está indexada ao crescimento.

«Quanto à função pública: reposição dos vencimentos que tinham sido cortados, reposição das carreiras que tinham sido congeladas e, em terceiro lugar, princípio de actualização anual. Foi assim que fizemos e assim continuaremos a fazer e assim negociaremos com os sindicatos», referiu.

O ainda presidente do PSD, Rui Rio, que cessará funções como líder no primeiro fim de semana de Julho (vai suceder-lhe no cargo Luís Montenegro), não esteve hoje presente no arranque do debate parlamentar.

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