PRR: Empresários da ilha do Pico querem avançar com projectos conjuntos

A Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico (ACIP) vai propor à Associação de Municípios do Triângulo avançar com projectos “estruturados e credíveis” ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), anunciou hoje a sua direcção.

Na nota enviada à agência Lusa, o presidente da Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico, Rui Silveira, refere que, «tendo em conta a existência de valores mínimos e a criação de consórcios, a ACIP diligenciará igualmente, junto dos municípios, bem como da Associação de Municípios do Triângulo, para que esta dê os passos necessários, com o objetivo de apresentar projetos estruturados e credíveis, beneficiando as empresas do Triângulo».

O denominado Triângulo compreende as ilhas do Pico, Faial e São Jorge, no grupo central do arquipélago dos Açores.

De acordo com Rui Silveira, é «notória a fragilidade do organograma actual, refletido no processo em curso (PRR), por mais que seja a boa vontade e desígnios das câmaras do comércio», considerando que existe uma «excessiva centralização de informação, influência e poder de decisão, que lhes é atribuído e exigido».

«É injusto para as próprias, uma vez que, naturalmente, desconhecem por completo as empresas, as dificuldades e os desafios enfrentados em ilhas que não as suas», aponta o dirigente da Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico.

A ACIP alega que possui um «profundo conhecimento, por força do trabalho desenvolvido, do contexto empresarial da ilha do Pico, exemplificativo que é, das restantes ilhas sem representatividade própria, no que concerne a esse sector».

Daí que seja «imperativo o seu reconhecimento, bem como o reconhecimento de situações similares, dando-se um passo importante na concretização do princípio básico da autonomia regional, em que cada ilha deve ser igualmente considerada, como qualquer outra».

Rui Silveira, atendendo a que o atual processo do PRR «voltou ao início», refere que a associação tudo fará para que «os empresários e empresas elegíveis da ilha do Pico possam participar em igualdade de circunstâncias com as restantes».

A ACIP pretende desencadear «todos os mecanismos que lhe permitam auxiliar os seus empresários na busca de informação, com vista ao actual processo do PRR».

Quarta-feira, na cidade da Horta, o presidente do Governo Regional anunciou que as candidaturas de empresas açorianas a 117 milhões de euros do PRR vão começar do zero, com a garantia de que não se perde um cêntimo.

José Manuel Bolieiro, à margem dos trabalhos parlamentares, indicou que, para acabar com as suspeições sobre o Governo dos Açores e sobre as empresas da região que se candidataram às Agendas Mobilizadoras lançadas pela República em Julho, os consórcios vão deixar cair as propostas, tendo em vista o reinício do processo, com a garantia, do ministro do Planeamento, de que a região «não perde nem um cêntimo» daquele financiamento.

As críticas à forma como o Governo se envolveu nas candidaturas às Agendas Mobilizadoras do PRR, que dizem respeito a 117 milhões de euros destinados pelo Governo da República a empresas da região, marcou o debate de terça-feira no parlamento regional, porque a iniciativa terá deixado de fora grande parte dos empresários do arquipélago, que alegam não terem tido conhecimento do processo.

No mesmo dia, deputados do PS, do BE, da IL e do PAN apresentaram na Assembleia Legislativa Regional dos Açores (ALRA) uma proposta de criação de comissão de inquérito sobre as Agendas Mobilizadoras do PRR.

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