Quais os maiores desafios para os líderes empresariais?

De acordo com o estudo da Deloitte “Global Human Capital Trends, The Rise of the Social Enterprise”, os efeitos da automação, a necessidade de novas competências, a maior longevidade das pessoas e os novos ecossistemas da força de trabalho são os temas mais desafiantes para as empresas. Mas a principal preocupação é outra.

 

O estudo da Deloitte, cujo objectivo foi saber quais são as expectativas dos profissionais e o ritmo com que a tecnologia está a mudar prioridades, contou com as respostas de 11 mil líderes empresariais e de Recursos Humanos. Não obstante os temas identificados como prioritários, no topo das suas preocupações está a necessidade de redireccionarem a atenção dos seus executivos de topo para o papel crítico das suas empresas na sociedade.

85% dos inquiridos considera “importante” ou “muito importante” a necessidade de uma sintonia entre os executivos para, em equipa ou de forma multidisciplinar, responder às questões complexas.

O estudo revela que as empresas onde estes executivos colaboram de modo regular têm mais um terço de probabilidade de alcançar crescimentos de até 10% ou superiores, face a empresas onde a liderança trabalha individualmente.

«Numa altura em que a sociedade enfrenta enormes desafios demográficos, tecnológicos e sociais, as pessoas esperam que as organizações e os líderes empresariais dêem respostas na sua relação com os colaboradores, clientes, comunidades e o impacto que geram na sociedade em geral», destaca José Subtil, Human Capital leader da Deloitte. «Garantir o alinhamento dos executivos de topo para construir uma empresa mais social será um aspecto diferenciador para atrair os melhores talentos, aumentar a fidelidade dos clientes e sustentar o crescimento a longo prazo.»

 

Tecnologia
Ao considerar o impacto da automação, o estudo revela que quatro em dez empresas consideram o impacto “elevado”, com 61% a afirmar que estão neste momento a redesenhar os postos de trabalho com base na inteligência artificial e na robótica. Adicionalmente, 72% dos líderes empresariais e de Recursos Humanos classificaram o tema da inteligência artificial como importante ou muito importante.

47% acredita que é muito importante a construção de novos modelos de carreira e competências. Mais de 54% não dispõem de programas para construir as competências de futuro e apenas 18% sentem que oferecem oportunidades de desenvolvimento aos colaboradores.

Para 43% dos inquiridos, o bem-estar dos colaboradores reforça a missão da organização, enquanto que 60% refere que melhora a capacidade de retenção e 61% a produtividade e os resultados de negócio. Ainda assim, de acordo com a pesquisa da Bersin, apenas 3% das empresas consideram que as políticas de recompensa são muito eficazes a motivar.

Quando viramos as atenções para a inteligência artificial, da robótica, da automação e da informação analítica de pessoas, as empresas conciliam a procura de competências com a necessidade de aumentar a produtividade. 72% dos inquiridos consideram a área importante, mas apenas 31% sente que está preparado.

Futuro digital
Os executivos antecipam uma crescente necessidade de resolução de problemas complexos (63%), de competências cognitivas (55%) e de competências sociais (52%). Por este motivo, 70% acreditam que no futuro os trabalhadores vão passar mais tempo em plataformas de colaboração e 67% prevêem um crescimento do trabalho relacionado com as redes sociais.

47% das organizações dão importância às questões de conectividade entre os colaboradores.  A informação analítica sobre as pessoas está no topo das prioridades dos líderes. Perto de 84% dos inquiridos classificam-na como importante ou muito importante, embora apenas 10% afirmem que estão completamente preparados para lidar com este desafio.

Embora 64% das empresas referiram que gerem activamente as responsabilidades legais relacionadas com a protecção de dados das suas pessoas, apenas 22% garantem ter processos de excelência para salvaguardar esta informação.

Millennials querem empresas mais eticamente responsáveis
Quanto à temática da responsabilidade social, 77% dos questionados considera “importante” ou “muito importante” que a cidadania seja uma parte integrante da identidade e missão de qualquer empresa.

De acordo com o “Millennial Survey 2017” da Deloitte, as expectativas dos millennials em relação a esta questão são muito elevadas, com 76% a olhar para as empresas como uma fonte de impacto social positivo.

Apesar da crescente ligação entre o impacto social e a performance financeira das empresas, apenas 18% dos inquiridos definem a cidadania como uma prioridade de topo na estratégia corporativa. Cerca de 34% afirmam ter programas de cidadania (ainda que poucos ou insuficientes) e 22% revelam não estar focados nesta questão.

Quanto ao aumento da longevidade da força de trabalho, 49% dos inquiridos indicam que as suas empresas nada fizeram para ajudar colaboradores mais velhos a encontrar novas carreiras à sua medida. A força de trabalho mais antiga continua a ser um recurso subaproveitado.

 

Aceda aqui ao estudo na íntegra.

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