Quais são os novos desafios da liderança? Especialistas responderam

A Porto Business School e a CIP – Confederação Empresarial de Portugal – organizaram ontem, no campus da escola de negócio, a conferência “Pensar no Futuro: O Desafio das Lideranças”.

 

A conferência que contou com 250 participantes aconteceu em dois momentos, durante a manhã com painéis com debates sobre “Que competências devem ter os novos líderes e qual o seu papel perante os desafios”, moderado por Patrícia Teixeira Lopes (vice dean na Porto Business School), e com Marco Galinha (CEO do Grupo Bel), António Amorim (presidente da Corticeira Amorim) e Ana Salomé Martins (Executive board member da Symington) como oradores, e Margarida Pedrosa, especialista da Porto Business School, na qualidade de igniter do painel.

Marco Galinha acredita que «o capital que devolvemos à sociedade é a criação de valor! A seguir a uma crise pandémica global estamos a enfrentar uma guerra. Os líderes são muito importantes, mas é curioso como quando as lideranças são menos determinadas, o mundo é mais instável. É preciso determinação.»

A temática do desafio das lideranças deu oportunidade aos oradores de falarem sobre as problemáticas da pandemia e da guerra, e Ana Salomé partilha que «quando pensamos em desafios, temos passado os últimos anos a falar de riscos e volatilidade, mas no presente vivemos uma altura de incerteza e de profunda complexidade.»

Na óptica de António Amorim, o desafio das lideranças relaciona-se com a capacidade de adaptação e de organização, das instituições e dos líderes.

A sustentabilidade e mudança bem como inclusão e igualdade de género foram tópicos em cima de mesa, e Marco Galinha recorda que durante mais de um século quer o DN quer o JN foram liderados por homens, sendo actualmente liderados por mulheres.

O segundo tema da manhã, foi focado na temática “O que procuram os novos profissionais das empresas?”, conta com as perspectivas de José Miguel Leonardo (CEO da Randstad Portugal), Ana Vicente (head of People da Sonae Sierra) e Cristina Azevedo (directora Delegação do Porto LHH | DBM), e com a moderação de Catarina Quintela, Corporate Solutions director da Porto Business School, e Maria Antónia Cadilhe, especialista da Porto Business School, na qualidade de igniter do painel.

Cristina Azevedo, directora da Delegação Porto LHH | DBM, acredita que os novos profissionais das empresas procuram diferenciação. As mudanças não acontecem de forma instantânea e acredita que o mindset, desejos e ambições dos millennials trouxeram profundas alterações nas empresas.

António Saraiva, presidente da CIP – confederação que representa 150.000 empresas que representa 71% do PIB nacional – abordou a questão: “Qual é o papel do Associativismo na transformação social para o Futuro”, ao lado de Jorge Portugal (General Manager da COTEC Portugal) e Miguel Pinto (Managing Director da Continental Advanced Antenna Portugal), e avançou que «o associativismo é associarmo-nos a causas» e que a cidadania participativa é uma das nossas lacunas, apelando, assim, a que sejamos cidadãos participativos, colmatando com «o apelo que faço é participem. Associem-se!».

No período da tarde, todos os participantes tiveram oportunidade de participar activamente em mesas redondas, em sessão de pares e apresentar ideias e conclusões sobre o crescimento, ambição, sustentabilidade, sucesso geracional e transformação digital, numa sessão que terminou às 16h30.

Nesta sessão, os participantes reuniram-se em grupos para refletir e debater questões, entre as quais, os principais desafios do mundo de trabalho actual; as qualidades essenciais dos líderes; ou o que é nos falta para fazermos das nossas marcas internacionais.

Nesta tarde de partilha, os participantes destacaram como principais desafios a incerteza global que vivemos, a saúde emocional, as dificuldades que o híbrido trouxe para a cultura organizacional; e o potencial desaproveitamento do talento sénior (+50 anos).

Perante o tema das principais competências de um líder, os participantes sublinharam a inteligência emocional, a capacidade de comunicar com impacto e eficácia, resiliência, autoconhecimento e empatia.

Portugal tem dificuldade em tornar as suas marcas internacionais. Neste contexto, os participantes referiram como principais entraves à internacionalização das nossas marcas a falta de autoconfiança e autoestima; a falta de orgulho; o receio de falhar; e a importância de sermos mais empreendedores e termos menos receio do risco.

António Saraiva, presidente da CIP, afirmou, no seguimento desta iniciativa da Porto Business School e da CIP, que «temos de incorporar constantemente novas realidades, novas dimensões que ultimamente têm sido disruptivas. Como devemos participar e antecipar? Este é o desafio das lideranças».

Patrícia Teixeira Lopes, associate dean da Porto Business School, salientou que «estas iniciativas são importantes para a partilha de experiências e desafios», e acrescentou que «apesar do contexto de incerteza e instabilidade, a formação contínua (longlife learning) e o desenvolvimento de novas competências são cada vez mais valorizadas. Por isso, este evento com a CIP reflecte a nossa missão de preparar empresas, líderes e equipas para serem agentes da mudança nas suas carreiras, mas também nas suas organizações».

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