Qual o estado do empreendedorismo em Portugal?

Deixamos-lhe os resultados do estudo “Global de Empreendedorismo da Amway 2015” sobre as motivações e receios na criação de emprego próprio.

 

A Amway, empresa líder mundial no sector de venda directa, apresenta a VI edição do Relatório Global de Empreendedorismo (AGER) um estudo realizado todos os anos, a nível mundial que foca as principais tendências, receios e motivações de diversas comunidades.

A grande conclusão do presente ano assume que apenas 16% dos portugueses consideram a sua sociedade favorável ao empreendedorismo, posicionando-se no penúltimo lugar de uma lista total de 44 países. Uma conclusão que não surpreende, visto que nos relatórios de 2014 e 2013, Portugal também esteve nos últimos lugares do ranking. Este ano e com dados ainda mais baixos que Portugal, apresenta-se a Bulgária, no fim da lista, um país onde apenas e 8% da população inquirida considera a sua sociedade propícia para criar um negócio.

O ponto de abordagem e de debate deste ano tem por base o ambiente social, o sector político, as pessoas em geral e, este ano há ainda mais inquiridos a afirmar que a sua comunidade é pouco receptiva, no que toca a assuntos relacionados com empreendedorismo e com o empreendedor.

 

Algumas conclusões importantes:

Comparativamente à média europeia de 46% e à média global de 50%, a opinião dos portugueses em relação à forma como a sociedade apoia a criação de um negócio próprio, é negativa. Quanto à população mais jovem inquirida, os actuais millennials, 80% assumem que a sociedade portuguesa é hostil à criação do próprio negócio, uma percentagem igualmente baixa quando comparada com a média global de jovens, que responde com 53%.

«Uma percentagem de 84% dos inquiridos assume que a sociedade onde vive não encara positivamente as temáticas relacionadas com o empreendedorismo e com o empreendedor é desanimador. A questão que se coloca é o facto de Portugal se posicionar em penúltimo numa tabela de 44 países analisados e estar longíssimo da média global e europeia» afirma Rui Baptista, professor catedrático e Presidente do Departamento de Engenharia e Gestão do Instituto Superior Técnico em Lisboa e assessor académico do Estudo Global de Empreendedorismo da Amway. «É complicado avançar com uma carreira empreendedora quando o ambiente não é positivo. Por essa razão é extremamente importante pensar em alternativas para alterar a situação e fazer com que a sociedade portuguesa apoie ainda mais e de forma mais clara os seus empreendedores», conclui o especialista em empreendedorismo.

As conclusões mais positivas do estudo continuam a estar relacionadas com a atitude para empreender e o potencial para o fazer. A maioria dos portugueses continua a assumir uma atitude positiva perante a criação do próprio emprego, que este ano obteve 57% de respostas positivas. Quanto ao potencial para empreender, Portugal obteve 39% de respostas positivas, curiosamente um valor pouco mais alto que a média europeia, de 38%. A nível mundial a percentagem é ligeiramente superior, com a média de 43% dos participantes a assumir que se imagina a criar o seu próprio negócio.

Já nos jovens adultos, pertencentes a uma faixa etária até aos 35 anos de idade, as percentagens são superiores e mais positivas. No caso da atitude, 61% mostram uma atitude positiva perante a criação do próprio emprego e 45% imaginam-se inclusivamente a fazê-lo.

Analisando as cinco regiões alvo de estudo, pertencentes a Portugal Continental (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve) todas apresentam percentagens muito similares no que toca à atitude, entre 57% e 60%, com excepção da região algarvia onde apenas 16% encara o empreendedorismo de forma positiva. Já relativamente ao potencial, o Algarve continua também com valores surpreendentemente mais baixos (12%) que o resto da população, que obteve entre 41% e 46%, com excepção de Lisboa, onde apenas 33% dos inquiridos procura desenvolver um negócio.

Quantos às motivações perante a criação do próprio emprego, as razões maioritárias dos portugueses inquiridos continuam as mesmas do ano transacto: ser o seu próprio chefe (45%), regresso ao mercado de trabalho e auto-realização (ambas com 30%), obtenção de uma segunda fonte de rendimento (15%) e conciliação entre trabalho e família (13%). Analisando as respostas dos outros países, a primeira posição é praticamente a mesma: ser o próprio chefe, mas quanto à segunda posição – regresso ao mercado de trabalho – Portugal foi o único país do estudo a indicar este motivo em 2.º lugar.

O medo de fracassar continua a ser a razão para não se avançar com a criação de um negócio, com 70% dos participantes inquiridos a confirmarem este receio, um valor equiparado à média europeia e global. E este receio de falhar surge por diversas razões. Em Portugal, 46% dos participantes consideram a crise económico-financeira como o principal factor (46%), seguido dos encargos financeiros para lançar um negócio (38%) e ainda o medo de ficar desempregado, caso o negócio não tenha sucesso (25%).

Monica Milone, general manager da Amway Iberia, declara «A Amway já realiza este estudo há seis edições e é perceptível que apesar da atitude descer um pouco nos últimos anos, o número de pessoas que procura criar o seu negócio tem-se mantido estável. Isto é um sinal do grande potencial empreendedor que existe em Portugal, mas é preciso dar ainda mais apoio às pessoas, dar-lhes formação e quebrar tabus e, são exactamente as instituições, empresas privadas, governo, assim como a sociedade em geral, que têm de continuar a investir.»

Aceda aqui ao estudo global completo.

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