Qual o segredo do sucesso do Grupo SushiCafé, que em época de pandemia continua a contratar?

Com 15 anos de existência, o Grupo SushiCafé aplica no seu dia-a-dia um conjunto de valores, dos quais não abdica:  qualidade, sustentabilidade, autenticidade e o espírito de equipa. E isso, na opinião de Luís Salema, sócio gerente do grupo, fazem do SushiCafé uma boa empresa para trabalhar. Tal como, e não menos importante, o respeito por cada indivíduo.

Por Sandra M. Pinto

 

Numa altura em que as empresas de restauração sofrem um grande impacto devido à pandemia causada pela COVID-19 e, estando o recrutamento praticamente parado em todo o sector, o Grupo SushiCafé decidiu contratar dois profissionais para o restaurante Mano a Mano. Questionado o motivo desta opção, Luís Salema refere que «acreditamos que nas crises nascem (ou florescem) enormes oportunidades».

 

Quando e como nasceu o Grupo SushiCafé?

O Grupo SushiCafé nasceu em 2005 com a abertura do SushiCafé nas Amoreiras, o primeiro restaurante japonês tradicional com uma relação qualidade-preço adequada e que permitiu o crescimento do mercado do sushi em Lisboa. O projecto foi de tal maneira bem sucedido, que deu origem a uma série de novos conceitos e outras aberturas ao longo destes quase 15 anos de vida.

 

Qual é hoje a filosofia e a missão da empresa?

A missão do grupo hoje em dia é servir refeições de elevada qualidade a um preço justo, apostando na cozinha do mundo. Esta filosofia está espelhada no crescimento e diversificação do negócio do grupo nos últimos anos. Ao dia de hoje temos vários conceitos de gastronomia Japonesa, mas também Pan-Asiática e Italiana. Em todos os conceitos temos um enorme foco na qualidade, na sustentabilidade e na saúde dos nossos clientes.

 

Qual tem sido o percurso do grupo e que espaços o integram actualmente?

Tal como referido anteriormente, o grupo iniciou a sua actividade com o SushiCafé Amoreiras, mais tarde alargou a sua actividade na gastronomia japonesa para um conceito de conveniência (SushiCorner), outro de maior sofisticação e criatividade (Avenida) e finalmente uma versão de street food (Izanagi). Na área Pan-Asiática, o projecto iniciou-se com o Asian Lab na abertura do Timeout Market e depois expandiu-se para o exterior com a abertura do Soi, um espaço vibrante de street food asiática. Finalmente, e de forma talvez mais surpreendente, abraçámos a gastronomia Italiana, primeiro em conjunto com a cozinha Japonesa (no Este Oeste) e depois de forma genuína e única, abrimos um restaurante de cozinha Italiana (Mano a Mano).

 

E quais os valores em que assenta o vosso dia-a-dia?

Qualidade, sustentabilidade, autenticidade, inovação, resiliência e o espírito de equipa!

 

Qual a estratégia de Recursos Humanos do Grupo SushiCafé?

A nossa estratégia de recursos humanos está completamente alinhada com a nossa missão e valores, o que significa desenvolver relações de longo prazo com as nossas pessoas. A nossa equipa-chave está connosco há muitos anos e faz parte integrante do nosso projecto. Crescemos com eles e vamos amadurecer com eles também.

 

Em que pilares assenta a vossa politica de Gestão de Pessoas?

Uma política assente em três pilares: a formação, o desenvolvimento de carreira e a meritocracia. Reforço igualmente a fomentação do espírito de equipa que acreditamos ser a chave que nos tem mantido unidos e todos focados na luta pelo mesmo objectivo.

 

A retenção do talento está na ordem do dia. Como têm encarado esta questão de modo a preservarem e reforçarem a vossa relevância no mercado?

Temos encarado de forma natural e alinhada com a nossa política de recursos humanos. Obviamente que nos últimos anos, o crescimento muito acentuado do turismo colocou um enorme desafio à retenção de talento, o que acabou por afectar nossa capacidade de o fazer e por arrasto o nosso turnaround. No entanto, a consistência na nossa política e nas nossas acções permitiu minimizar a rotatividade entre as pessoas-chave. Por último, a nossa experiência demonstra quão importante é a forma como tratamos as pessoas. O respeito, a frontalidade e o espírito de equipa têm sido as chaves do sucesso da nossa gestão de recursos humanos.

 

De que forma apoiam e incentivam a progressão de carreira dos vossos colaboradores nas mais diversas áreas?

Através da disponibilização continua de oportunidades para abraçar novos desafios, dando quase sempre prioridade a recrutamento interno, formação contínua e reconhecimento do trabalho, através de contrapartidas financeiras e outras.

 

Como surgiu e o que diferencia o espaço Mano a Mano?

O Mano a Mano surgiu da cabeça de um dos sócios de fazer um restaurante/pizzeria onde pudéssemos demonstrar a rivalidade que existe entre diversas regiões de Itália, nomeadamente Roma e Nápoles, mas não apenas entre estas regiões. A ideia do duelo “mano a mano” foi uma das inspirações, a outra foi as coisas feitas “à mano”, ou seja, à mão, o que vem da nossa convicção sobre a autenticidade, a sustentabilidade e a qualidade. Uma posterior análise de mercado demonstrou não existirem à data em Lisboa nenhum restaurante/pizzeria com esta abordagem tão forte e natural.

 

Chef Executivo Mano a Mano, Giovanni Pellegrino

Contrataram um novo chef executivo e uma nova gerente. Porque estão a apostar nestas contratações precisamente nesta altura?

Porque neste caso em concreto sentimos que não tínhamos as competências necessárias internamente para preencher estas funções. Por outro lado, acreditamos que nas crises nascem (ou florescem) enormes oportunidades. Sentimos que estamos a semear para colher mais tarde os frutos desta aposta renovada na cozinha do Mano a Mano, e posso dizer-lhe que estamos absolutamente maravilhados com o trabalho que está a ser feito por toda a equipa.

 

Quais os principais desafios que se colocam ao Mano a Mano?

O desafio da sustentabilidade ao estar localizado numa zona da cidade onde grande parte do seu público natural desapareceu. O desafio é levar os residentes em Lisboa e arredores a virem ao centro da cidade conhecer este local tão autêntico onde poderão saborear a verdadeira cozinha Italiana.

 

Ao nível dos recursos humanos qual a estratégia seguida neste espaço?

A mesma que temos seguindo no grupo e nos restantes espaços.

 

Olhando para o grupo que desafios identificam relativamente ao curto/médio prazo?

Correndo o risco de ser repetitivo, o desafio da sustentabilidade mantendo a nossa autenticidade e qualidade. O mercado está a sofrer uma crise muito intensa que, provavelmente, ainda se vai agravar até que melhore. Temos que ser cada vez melhores e estar muito focados no essencial.

 

De que forma a crise pandémica atingiu o grupo?

Esta crise atingiu o grupo de forma muito intensa, tal como aos restantes operadores. Pensamos que reagimos de forma rápida, mas ao mesmo tempo ponderada, o que nos permitiu seguir um caminho traçado durante o confinamento. Após alguns meses após a reabertura dos nossos espaços, estamos, paulatinamente, a aumentar vendas e a melhorar rentabilidade. Talvez porque o grupo cresceu e ganhou solidez durante a anterior crise financeira, acreditamos que o conseguiremos fazer outra vez nesta crise, razão pela qual estamos a reestruturar o grupo, sem deixar de olhar para oportunidades no mercado.

 

De que forma geriram o confinamento do ponto de vista das vossas pessoas?

Aderimos ao layoff simplificado e mantivemos uma pequena task force a trabalhar quase 24 horas por dia para tentar estancar perdas e planear o regresso.

 

Que medidas tomaram para o regresso à nova normalidade?

Regressámos à normalidade de forma progressiva e com uma preocupação ainda maior relativamente à optimização de recursos, tudo sem descurar o nosso ADN de qualidade. Este regresso foi gerido de forma totalmente transparente com todas as nossas equipas de forma a garantir que a informação era clara para todos.

 

Quais as vossas expectativas relativamente ao Verão?

Moderadas.

 

Tencionam continuar com o recrutamento de colaboradores?

De forma muito controlada e apenas em casos excepcionais, tal como foi no caso do Mano a Mano.

 

Na vossa óptica o que faz do grupo uma boa empresa para trabalhar?

Terei que voltar ao início desta conversa. Aquilo que faz da nossa uma óptima empresa para trabalhar são os nossos valores, aplicado na nossa gestão do dia-a-dia: qualidade, sustentabilidade, autenticidade e o espírito de equipa. E o respeito que temos por cada individuo, todos são família e todos são únicos!

 

 

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