Quase 34% dos portugueses optam por aplicar o seu dinheiro em depósitos a prazo e em contas de poupança

De acordo com o terceiro Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa, da responsabilidade do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), 33,2% dos inquiridos portugueses optam por aplicar o seu dinheiro em depósitos a prazo e em contas de poupança. Os planos de poupança-reforma (15,2%) e os fundos de pensões (4,4%) e os fundos de investimento (9,4%) estão entre o top de escolhas dos últimos anos.

 

De uma forma geral, os portugueses preferem poupar em contas correntes ou mesmo em dinheiro, ainda assim tem-se verificado um interesse crescente (>30%) pelos produtos financeiros complexos, tais como fundos de investimento, acções ou títulos de rendimento fixo.

Por conseguinte, é natural que muitos se questionem sobre o que fazer com o dinheiro extra. Oliver Sachgau, especialista em finanças pessoais e educação de investimento da Vivid, dá a resposta: «Há virtude no meio-termo. Tanto as poupanças, como os investimentos são necessários para a estabilidade financeira e para fazer crescer o nosso dinheiro. No entanto, existem situações em que temos de dar prioridade a uma sobre a outra».

Segundo o Boletim Económico divulgado pelo Banco de Portugal, a taxa de poupança dos portugueses ronda 19% do respectivo rendimento disponível. Sendo que o Banco Central calcula que nos quatro anos que vão de 2020 a 2023, as famílias portuguesas serão capazes de poupar cerca de 17,5 mil milhões de euros adicionais.

A poupança pode ser encarada como uma forma de escapar ao ciclo de vida de “salário em salário”, no qual se inserem actualmente um em cada três portugueses, de acordo com os dados divulgados pela Pordata. «Devemos começar por criar um fundo equivalente a um mês de salário, o nosso próximo objetivo será igualar três meses de salário e depois cinco meses de salário”, acrescenta Sachgau. “Neste momento, teremos uma grande quantidade de dinheiro, por isso, se ocorrer algum contratempo, ou mesmo se perdermos o nosso emprego, podemos continuar a viver com paz de espírito durante algum tempo enquanto resolvemos a nossa situação».

Contudo, o especialista alerta também que manter o dinheiro numa conta bancária, impede riscos, mas também impede que cresça. E, ano após ano, o dinheiro vale um pouco menos, uma vez que a inflação torna os bens mais caros enquanto o dinheiro permanece o mesmo.

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