Quase 80% dos portugueses não pretende mudar de emprego este ano

De acordo com o estudo “Lifestyle e decisões de investimento das famílias portuguesas em 2021”, mudar de emprego estará fora dos planos para 77,9% dos inquiridos e 84,7% indicaram mesmo que não estavam à procura de novo trabalho.

 

As conclusões do estudo do ISAG-European Business School e do Centro de Investigação de Ciências Empresariais e de Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC) destacaram, de forma particular, os Millennials (18 aos 39 anos), já que esta geração, ao contrário da tendência que se acentuava, mostra estar actualmente a abandonar a mobilidade laboral que a caracteriza.

«Se compararmos a outras gerações, continuarão a ser os Millennials os mais disponíveis para mudar de emprego. No entanto, apenas 31,6% destes Millennials admitiram fazê-lo em 2021, um valor muito baixo quando pensamos que a troca frequente de emprego, com a procura de novos desafios e oportunidades, é característica desta geração. De referir ainda que 85,9% dos que afirmaram querer mudar de emprego irão procurar trabalho por conta de outrem, desvalorizando a criação de negócios e o empreendedorismo que vinham crescendo, nos últimos anos, entre os Millennials», explicam as coordenadoras científicas do CICET-FCVC e docentes do ISAG – European Business School, professora Ana Pinto Borges e professora Elvira Vieira.

O estudo mostra ainda que nas decisões familiares, casar não será opção para a maioria dos inquiridos e ter filhos não acontecerá, em 2021, para 94,1% dos inquiridos que já os têm e para 89,8% dos que não têm filhos.

Valores semelhantes foram encontrados na avaliação das decisões de investimento, como comprar casa, 82,8% dos inquiridos que não têm habitação permanente não procurarão comprá-la em 2021 e, entre os que já a têm, 91% não irão fazer nova compra. Quanto ao carro, 85% revelaram não pretender fazer uma primeira compra em 2021 e 94,2% dos que já têm veículo próprio afirmaram não querer voltar a investir.

O estudo mostra ainda que este ano, 71,3% do total dos respondentes também não demonstraram propensão para investir em títulos financeiros. Já para os 28,7% que poderão fazê-lo, os instrumentos financeiros estáveis, como os certificados de aforro ou do tesouro, serão as opções mais procuradas, sobretudo, pelas gerações mais velhas (Baby Boomers e Geração X).

As perspectivas dos portugueses para 2021 terão sido impactadas pelo aumento do seu desconforto financeiro. 19,6% dos inquiridos admitiram que a sua situação financeira era desconfortável ou muito desconfortável, quando, antes da pandemia, apenas 7,3% o indicavam. Do mesmo modo, do cenário antes da pandemia para o actual, houve uma diminuição dos 66,6% para os 52% nos inquiridos que se diziam confortáveis ou muito confortáveis com as suas finanças.

O estudo “Lifestyle e decisões de investimento das famílias portuguesas em 2021” foi realizado entre Dezembro de 2020 e Fevereiro de 2021, através de um inquérito online que permitiu alcançar uma amostra de 1063 respondentes residentes em Portugal. A investigação foi orientada pelas coordenadoras científicas do CICET-FCVC e docentes do ISAG – European Business School, Professora Ana Pinto Borges e Professora Elvira Vieira.

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