Quase 80% dos trabalhadores portugueses quer voltar ao local de trabalho

Actualmente, 77% dos trabalhadores que estão a trabalhar remotamente em Portugal querem regressar ao local de trabalho. A conclusão é do primeiro Workmonitor 2021 da Randstad.

 

Segundo o estudo, esta tendência que mantém-se olharmos para os resultados globais (78%) ou da Europa (77%).

Os mais recentes resultados contrastam com o que era sentido em 2020 em que havia uma clara preferência em trabalhar remotamente.

O estudo mostra que as cinco principais razões, apontadas pelos portugueses, para o facto de ser difícil trabalhar a partir de casa são a saudade da interacção com os colegas (61%); a dificuldade em manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (39%); o facto de se sentirem sozinhos ou isolados (29%); o facto das crianças estarem em casa e requerem atenção (24%) (na Europa este critério está em 6º lugar com 16%); e a ligação à internet não ser estável (18%).

Em relação à produtividade, a maioria dos portugueses não a consideram, afectada nem positiva nem negativamente por estarem a trabalhar de casa. A opinião já varia se olharmos para a geração Z (18-24 anos) em que 30% considera que a produtividade foi afectada negativamente porque estão com mais stress e em sentido inverso os millenial (25-34 anos) em que 43% considera mesmo que a produtividade foi afectada de forma positiva por estarem a trabalhar remotamente.

De acordo com o estudo, dos portugueses que regressaram ao local de trabalho, 65% referem que a principal dificuldade é ter que usar máscara durante o trabalho, e 59%, sentem-se continuamente em risco de contaminação e 28% revelam que a carga de trabalho aumentou porque muitos colegas estão doentes ou em quarentena.

Já 27% dizem ser difícil manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e 15%  sentem ecessidade de fornecer documentação para justificar o trabalho fora de casa.

Em relação à produtividade os portugueses diferenciam-se dos resultados globais e mesmo da Europa ao considerar que foi afetada de forma negativa porque estão com o stress de poderem ficar contaminados (51% Portugal, 32% Europa, 33% Global).

Os dados recolhidos pela Randstad mostram também que, entre todos os trabalhadores remotos, mais de um terço dos jovens entre os 18 e os 24 anos sentiam-se sozinhos. Trata-se da maior percentagem entre todas as faixas etárias e em Portugal o valor (42%) está mesmo acima da média Europeia (38%) e Global (34%).

O mesmo estudo mostra que 59% dos portugueses considera que terá mais oportunidades de emprego depois de ser vacinado. Um valor que desce na média europeia para os 49% e a nível global está nos 56%. Os países com menos confiança nesta relação entre a vacina e o trabalho são a França (34%), o Luxemburgo (34%) e a Suíça (35%) e em sentido contrário a India (86%), China (80%) e o Brasil (77%).

A confiança no local de trabalho é também reforçada quando os outros forem vacinados (55% Portugal, 48% Europa e 53% Global). A Suiça volta a estar entre os que menos demonstra esta preocupação juntamente com a Hungria e República Checa. Em sentido contrário voltamos a encontrar a India e o Brasil mas desta vez com a Malásia.

Quanto a preferir continuar a trabalhar de casa até a vacina ser amplamente administrada, 59% dos portugueses estão de acordo, um valor semelhante ao Global (51%) mas que está acima da média Europeia (45%).

Para os inquiridos em Portugal, se a vacina estivesse disponível, 85% estariam dispostos a tomar para continuarem a trabalhar (71% Europa e 75% Global).

Globalmente, 54% dos inquiridos está confiante de que mais oportunidades de emprego estarão disponíveis no final do ano. No entanto, a região do sul da Europa, onde Portugal está incluído, é a menos confiante entre as que foram analisadas, com apenas 43% dos inquiridos a mostrarem-se confiantes.

Quando inquiridos sobre o apoio por parte das entidades empregadoras, a grande maioria dos colaboradores disse que se sentiu apoiado e que poderia contar com a respectiva empresa para orientação e assistência. Aliás, a experiência no actual empregador e na forma como este geriu a pandemia, leva a que 51% dos inquiridos em Portugal estejam motivados para ficar na empresa actual por mais tempo; 31% a trabalhar mais e ser mais produtivo e 21% a escrever recomendações positivas sobre a empresa.

Sobre as medidas que desejavam que a sua empresa viesse a implementar, 31% dos inquiridos em Portugal identificaram o subsídio (extra) para trabalho remoto (Europa 22%, Global 23%); 28%  identificaram as políticas sobre horas de trabalho para ajudar a manter um equilíbrio adequado entre vida pessoal e profissional (medida mais importante na média Europeia 24% e no global 27%); e 24%, os protocolos rígidos e claros para trabalho presencial e remoto;

Já 22% dos inquiridos apontaram as pesquisas regulares sobre o bem-estar dos colaboradores e a sua percepção em relação à empresa e 24% uma linha de atendimento para saúde física e mental.

O Randstad Workmonitor 2021 foi realizado, de 15 de Fevereiro a 8 de Março, em 34 mercados. O estudo é realizado online entre colaboradores dos 18 aos 65 anos que trabalham no mínimo 24 horas semanais em regime de trabalho remunerado (não-autónomo). O tamanho mínimo da amostra é de 800 entrevistas por mercado.

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