Quase 90% dos empregadores tem dificuldades em preencher vagas de trabalho

Os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey para o terceiro trimestre do ano mostram que as intenções de contratação se mantêm bastante optimistas, com 37% dos empregadores nacionais a esperar aumentar as suas equipas neste período. No entanto, 85% dos empregadores relata dificuldades no preenchimento de vagas de trabalho devido à falta de talento qualificado.

Os dados sugerem que nunca foi tão difícil atrair, activar e fidelizar o talento capaz de impulsionar o crescimento das organizações e, consequentemente, da economia. Os desafios na contratação são significativos em muitos dos sectores e tipos de função.

No entanto, uma ameaça particular à competitividade é a falta de “talento de crescimento”. Este talento define-se pelos profissionais em constante desenvolvimento, capazes de se capacitarem a si e às organizações. Possuem um conjunto de skills que actuam em três principais campos: a expansão da transformação digital, a aceleração do acesso aos mercados e o potenciar da personalização dos produtos ou serviços.O estudo mostra que a transformação digital e automatização das tarefas estão a fazer crescer a procura por conjuntos de competências relacionados com áreas como a automação de processos robóticos e a segurança da informação, bem como por uma maior literacia digital em toda a força de trabalho.

Já sobre a rapidez de acesso ao mercado e a agilidade operacional, o talento de crescimento torna-se essencial porque numa economia que evolui a um ritmo acelerado, guiada pela inovação, a capacidade de comprimir o tempo de comercialização depende do acesso a um vasto leque de competências – desde a aceleração de vendas até à gestão de produtos e de projectos.

No campo da personalização dos produtos e serviços, as empresas que conseguem corresponder às expectativas crescentes de experiências mais personalizadas, por parte dos consumidores, estão mais bem posicionadas para acelerar o seu crescimento. Para o alcançar são requeridas capacidades analíticas e de gestão da informação de nível avançado, que permitem transformar dados em interacções mais relevantes com o consumidor. Competência que estão, também, associadas ao talento de crescimento.O mesmo estudo indica que para competirem por este talento de crescimento, as organizações devem focar-se em onde e como é que acedem a estes profissionais e aproveitar as oportunidades específicas do novo mundo do trabalho pós-pandemia. Devem, por exemplo, apostar na formação como requisito fundamental para construir talento onde este é escasso.

Os trabalhadores já manifestaram que valorizam cada vez mais as oportunidades de aprendizagem e requalificação, o que significa que as empresas que querem contratar ou fidelizar trabalhadores devem incluir a formação na sua proposta de valor.

Também podem procurar equilibrar o impacto do aumento salarial registado nos mercados de trabalho mais maduros, através do investimento em mercados incubadores, que oferecem um mix de competências emergentes de nicho e salários mais competitivos.

Finalmente, a adopção de modelos de vínculo contratual menos rígidos, revela-se igualmente uma estratégia relevante, já que oferece acesso a trabalhadores altamente qualificados que optam por modelos de trabalho flexíveis em busca de maior flexibilidade e autonomia no mundo do trabalho pós-pandemia.

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