Quase metade das empresas da restauração e bebidas já despediram trabalhadores desde o início da pandemia

Cerca de 40% das empresas da restauração e bebidas já efectuaram despedimentos desde o início do estado de emergência. Destas, 29% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50%, e cerca de 14% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. Os resultados são do inquérito mensal da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

 

O inquérito mostra ainda que cerca de 18% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

Já 32% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar os encargos habituais para o normal funcionamento da sua atividade.

No mês de Setembro, mais de 63% das empresas registaram quebras homólogas de facturação acima dos 40%. Numa análise ao período de Verão (Junho a Setembro), mais de 31% das empresas registaram quebras entre os 50% e os 75%, e cerca de 29% indicaram quebras acima dos 75% face ao Verão de 2019.

Como consequência da forte ausência de facturação, cerca de 9% das empresas não conseguiram efectuar o pagamento de salários em Setembro e 13% só o fez parcialmente.

O inquérito indica também que mais de 93% das empresas considera que as actuais medidas do Governo não são adequadas para a sobrevivência dos negócios. Destas, 81% consideram a redução temporária da taxa do IVA dos serviços de alimentação e bebidas como a medida mais importante a ser implementada.

Também as empresas do Alojamento Turístico se deparam com as mesmas dificuldades. Durante todo o mês de Setembro, 18% das empresas não registaram qualquer ocupação e mais de 19% indicou uma ocupação máxima de 10%. Mais de 28% das empresas inquiridas revelaram, para o mês de setembro, uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação.

Para o mês de Outubro, cerca de 29% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e 29% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%. Para os meses de Novembro e Dezembro a estimativa de ocupação zero agrava-se substancialmente, sendo referida por cerca de 50% das empresas.

No período de Verão, cerca de 50% das empresas registaram quebras acima dos 75%, face ao Verão de 2019.

De acordo com o mesmo inquérito, com estas perdas, 14% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua actividade, e mais de 16% das empresas não conseguiram efectuar o pagamento dos salários em Setembro e 7% só o fez parcialmente.

Perante este cenário, 25% das empresas já efectuaram despedimentos desde o início do estado de emergência. Destas, 30% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50% e mais de 25% reduziram em mais de 50% os seus postos de trabalho. Cerca de 15% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

Mais de 86% das empresas considera que as actuais medidas do Governo não são adequadas para a sobrevivência dos negócios. Destas, 74% considera o financiamento não reembolsável como a medida mais importante a ser implementada.

Estes resultados nacionais, quer da restauração e bebidas, quer do alojamento turístico, não evidenciam diferenças muito significativas entre as várias regiões. Esta análise incidiu sobre as cinco regiões do continente (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) e as duas regiões autónomas (Açores e Madeira).

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