Quase metade dos gestores acredita no regresso à normalidade da actividade económica no espaço de um ano

Quase metade (45,7%) dos gestores diz acreditar que, apesar da lenta actividade económica, a sua empresa terá superado a contracção até ao final do próximo ano, havendo ainda uma fatia significativa dos executivos (37,9%) convicta de que o retorno à normalidade se fará já em 2020. Apenas 5% não prevê uma recuperação económica da sua empresa antes de 2022. As conclusões são do Barómetro Rep.Circle “Covid-19: A percepção do Top Management em Portugal”.

 

O estudo quis ainda perceber que entidades se destacaram na gestão da crise pandémica, uma questão que realçou, pela positiva, o papel dos serviços de saúde (63,4%). As forças de segurança (57,8%) e o Governo (52,1%) completam o top 3 das percepções positivas, deixando para o fim da tabela o presidente da república, que apenas viu valorizada a sua actuação por 23,1% dos gestores portugueses.

A maioria dos entrevistados acredita que o comportamento das empresas tem correspondido às expectativas, com o retalho alimentar a ser altamente reconhecido por 87,8% da amostra, com a Sonae, Jerónimo Martins e Lidl a destacarem-se nas referências espontâneas. Por contraponto, a Banca, um sector essencial à superação do período de adversidade, apenas é referida positivamente por 21,4% dos entrevistados e negativamente por 78,6%.

No topo das preocupações internas dos executivos estão as iniciativas corporativas que permitem manter os colaboradores, apesar da desaceleração da actividade económica (80,8%), bem como a promoção do teletrabalho (78,2%).

A antevisão da normalidade implica, porém, a mudança de alguns investimentos e a adaptação das empresas à realidade do país. Uma realidade que antecipa cortes nos próximos seis meses nos ‘Recursos Humanos’ (31,4%) e no ‘Investimento em Comunicação’ (26,8%), por oposição a um reforço de 18,7% em ‘Tecnologia’.

O barómetro revela ainda que a comunicação é um investimento pouco considerado ainda numa fase pré-Covid, sendo uma das suas áreas de intervenção – a gestão de crise – amplamente desvalorizada. Da amostra questionada, quase 60% dos líderes corporativos afirma que a sua empresa não tem um responsável de crise, ficando essa tarefa repartida por vários elementos da direcção.

Sobre os canais escolhidos pelas organizações para veicular as suas mensagens, os Canais Próprios Digitais (72,3%) e as Redes Sociais (71,2%) são os eleitos pelos gestores, uma aposta que pretendem manter nos próximos anos. Verifica-se ainda uma desvalorização da Rádio (87,5%) e dos Principais Canais de Televisão (85,6%), considerados pouco relevantes para a comunicação das empresas.

No que à reputação corporativa diz respeito, identifica-se uma enorme dificuldade em classificar o impacto da Covid-19. A maioria dos entrevistados (80,2%) não tem a certeza se o momento de crise terá repercussões reputacionais, havendo apenas 15,2% que encontra aqui uma oportunidade de melhoria das percepções sobre a sua organização.

Quando questionados sobre as dimensões da reputação corporativa mais relevantes no actual contexto, os quadros directivos destacam a importância da ‘Visão e Liderança’, logo seguida da ‘Cidadania’ e do ‘Ambiente de Trabalho’.

O Barómetro, criado para avaliar o impacto da Covid-19 na reputação das empresas que operam em Portugal, foi desenvolvido a partir de um inquérito online, realizado entre os meses de Abril e Maio, que contou com o contributo de 271 líderes portugueses.

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