Quase metade dos portugueses não tem receio de perder o emprego este ano

Num ano especialmente desafiante, perto de metade (48%) dos portugueses não tem medo de perder o seu emprego em 2021. A conclusão é do Randstad Employer Brand Research (REBR) 2021, o estudo independente de employer branding realizado pela Kantar, que analisa anualmente as principais tendências do mercado de trabalho e dá a conhecer as empresas e sectores mais atractivos para trabalhar em 34 países, incluindo Portugal.

 

Apesar deste sentimento mais optimista, um em cada três indivíduos sente um certo grau de preocupação quando se trata de poderem manter o seu emprego no próximo ano. As mulheres (33%) estão mais preocupadas do que os homens (27%), o que está de acordo com o facto de, no ano passado, terem já visto a sua situação de emprego mudar com mais frequência do que os homens.

O mesmo se aplica a 39% dos trabalhadores menos qualificados que estão mais preocupados em perder o seu emprego.

O estudo revela ainda que cerca de dois em cada cinco trabalhadores portugueses são atraídos pela possibilidade de trabalhar remotamente. As mulheres, os trabalhadores mais qualificados e os grupos etários mais velhos (55 anos ou mais) são os que se mostram mais inclinados para este modelo de trabalho.

Apenas 2% dos colaboradores que podem trabalhar a partir de casa não estão autorizados a fazê-lo pelo seu empregador. Além disso, para 26% dos trabalhadores, os empregos estão vinculados às instalações, o que torna impossível trabalhar a partir de casa ou de outro lugar.

Sobre a influência da pandemia na adopção do trabalho remoto, o estudo mostra que cerca de metade (52%) afirma que passou a trabalhar em casa. Os colaboradores mais qualificados foram os mais propensos a trabalhar mais horas do que o habitual (11%), muito embora a maioria considere que trabalha o mesmo.

A forma como as organizações têm apoiado os seus colaboradores e lidaram com a pandemia teve um impacto positivo na lealdade entre os trabalhadores portugueses. Pelo menos 60% dos trabalhadores sente agora que são mais leais em oposição a 5% que se sentem o contrário.

Em 2021, e com a possibilidade de escolherem várias opções, o estudo indica que os portugueses consideram que o ‘salário e benefícios atractivos’ (71%) continua a ser o mais importante na hora de escolher um empregador.

A única excepção é na geração dos 55 aos 64 anos onde a estabilidade profissional é mais valorizada (72%). A nível nacional, o ‘equilíbrio trabalho-vida pessoal’ (66%) e estabilidade profissional’ (66%) ocupam o segundo lugar ex aequo seguidos do ‘ambiente de trabalho agradável’ (65%) e da ‘progressão de carreira’ (64%).

De acordo com o REBR 2021, 9% dos colaboradores portugueses mudaram de empregador nos últimos seis meses (mais ainda entre as mulheres e os trabalhadores mais jovens). Além disso, 20% pretendem mudar de empregador nos próximos 6 meses. Os canais mais utilizados por quem pretende mudar de emprego são as ligações pessoais (38%) e os portais de emprego (34%).

A diversidade e inclusão está em 13º lugar nos critérios mais valorizados pelos portugueses. Um número que é mais representativo por causa das mulheres (43% face aos 34% dos homens). Mas este não é o único critério que as mulheres valorizam mais do que os homens: conciliação entre a vida pessoal e profissional (70% vs 63%), bom ambiente de trabalho (69% vs 61%) e covid-19 segurança no trabalho (53% vs 45%) são os critérios onde existem maiores diferenças.

Em sentido contrário, a saúde financeira, a utilização de tecnologias recentes e a boa reputação são factores mais valorizados pelos homens.

As gerações também têm diferentes opiniões. A conciliação entre a vida pessoal e profissional ganha destaque na geração millenial e X, enquanto os Z valorizam o ambiente de trabalho e a progressão de carreira. Na relação com tecnologias recentes é interessante verificar que são os baby boomers que mais valorizam este critério, enquanto que as gerações nativas digitais não dão tanta importância a este critério.

Segundo o estudo, a estabilidade profissional preocupa quem tem mais qualificações, os mesmo que valorizam a progressão de carreira, a possibilidade de trabalhar remoto e a conciliação entre a vida pessoal e profissional. As pessoas com menores qualificações destacam os salários e a estabilidade profissional.

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