Quatro gerações e uma reunião Teams
O COO da XPTO, uma empresa que opera no ramo da distribuição de bens alimentares, está preocupado com a regulamentação ambiental da empresa, e pediu ao director de Operações, com a responsabilidade do pelouro, que analisasse o tema com quem considerasse por bem envolver.
Por Joana Russinho, People Enthusiast, head of Human Resources
São 16h de uma terça-feira quando se inicia a reunião sobre a Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Via Teams, participam:
• João Silva, 60 anos, director de Operações da XPTO (Baby Boomer);
• Ana Moreira, 49 anos, directora Financeira da XPTO (Geração X);
• Sofia André, 34 anos, manager da Área de Marketing e Comunicação da XPTO (Millennial);
• Diogo Santos, 20 anos, trainee da Área de Operações da XPTO (Geração Z).
Depois de exposto o feedback do COO, João começa por destacar a importância do cumprimento das normas a fim de proteger a reputação da marca e evitar surpresas desnecessárias.
– Devemos garantir que a nossa empresa está a cumprir todas as regulamentações ambientais. A conformidade é crucial. Além disso, melhorar a eficiência energética pode reduzir custos a longo prazo – afirmou o João, reflectindo a mentalidade da Geração X, focada na estabilidade e assente numa visão estratégica de longo prazo.
Ana Moreira, a directora Financeira, concorda e vai mais além:
– Sim, além de que, se investirmos em tecnologias verdes, como painéis solares ou sistemas de reciclagem de água, poderemos ter uma redução significativa nas despesas operacionais. Vou preparar uma análise de custo-benefício para a nossa próxima reunião – sugeriu, mostrando a abordagem pragmática e inovadora, que também caracteriza a Geração X, em relação à sustentabilidade como oportunidade de negócio.
– É fundamental que também comuniquemos estes esforços ao mercado. Os consumidores estão cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade. Podemos lançar campanhas de marketing que destaquem as nossas iniciativas verdes – expôs a Millennial Sofia, sempre atenta às tendências de marketing e de comunicação, evidenciando a sua posição sobre a transparência inerente à responsabilidade social.
Diogo, entusiasmado com a possibilidade de envolver a comunidade, interveio:
– Poderíamos criar programas de voluntariado para os colaboradores participarem em projectos ecológicos. Isso não só ajudaria o meio ambiente, mas também melhoraria o clima interno e a nossa imagem no mercado – sugeriu, evidenciando a relevância que tipicamente a Geração Z atribui ao impacto social e ao envolvimento comunitário.
João, o Baby Boomer da reunião, cauteloso com a produtividade, elogiou as ideias de Diogo, mas deixou uma ressalva:
– Calma, há que garantir que isso não afecta a produtividade diária – ponderou, mantendo o foco na eficiência.
– Se organizarmos essas actividades de forma estruturada e se comunicarmos claramente os benefícios para a empresa, poderemos integrar as acções sem grandes impactos na produtividade. Além disso, os benefícios a longo prazo serão significativos – afirmou, Ana, conciliadora.
– E ainda podemos usar as acções como conteúdo para as nossas redes sociais e site corporativo – reforçou Sofia, que queria destacar a importância das redes sociais – Mostrando o lado humano e responsável da nossa empresa, isso vai atrair a atenção dos Millennials e da Geração Z. A nossa DRH vai adorar! – disse, reflectindo sobre a atracção e retenção de talento de que a equipa de Recursos Humanos tanto fala.
Diogo, à boleia, aproveitou para mostrar-se à frente das tendências e sugeriu parcerias estratégicas:
– Adoro a tua ideia Sofia! Podemos fazer parcerias com influenciadores digitais que são conhecidos pelo seu activismo ambiental para amplificar a nossa mensagem!
João, satisfeito com as contribuições de todos, concluiu a reunião com um plano de acção:
– Boa reunião, obrigada a todos! Vamos avançar com um plano que combine todas as abordagens de que falámos. Ana, prepara a análise financeira. Sofia, começa a trabalhar num plano de comunicação. E Diogo, vê as possibilidades de parcerias comunitárias. Vamos tornar isso uma prioridade para a nossa empresa – rematou, exibindo os seus skills de liderança e a capacidade de integrar diversas perspectivas e características geracionais.
Findo o dia de trabalho…
O João regressa a casa, janta com a família com quem debate as Europeias e depois de assistir ao debate politico do dia, acabando o serão a ler um livro sobre gestão empresarial.
Ana regressa a casa e, para relaxar, dedica algum tempo à sua paixão por jardinagem, cuidando das plantas que tem na varanda, enquanto espera pelo telefonema diário da sua melhor amiga para programarem as próximas férias.
Sofia opta por uma aula de ioga, como forma de aliviar o stress do dia e manter o equilíbrio mental. Depois dedica algum tempo às redes sociais, no sofá preferido, para se actualizar.
Diogo aproveita para explorar novos artistas no Spotify e criar música electrónica com o seu software de produção favorito, até que um vizinho queixoso lhe toca à campainha.
Se não é na complementaridade da diversidade que nos encontramos, então não sei onde será.