Que implicações (irreversíveis) a pandemia teve no mercado de trabalho? Estudo dá a resposta

De acordo com o estudo “As implicações da pandemia no mercado de trabalho” da Hays, escassez global de profissionais qualificados e a forte procura por talento, vai exigir uma adaptação das políticas de atracção e retenção de talento. Segundo este relatório, estas devem passar a incluir um modelo de trabalho híbrido como forma de retenção (e atracção) de colaboradores, garantindo uma maior flexibilidade.

 

O estudo, que analisa o impacto da pandemia COVID-19 no mercado de trabalho qualificado a nível global e expõe os seus potenciais efeitos a longo prazo, mostra que os empregadores devem esperar mudanças a longo prazo na forma de funcionamento do mercado de trabalho global e revela que, tanto os empregadores como os profissionais, terão de se adaptar às implicações a longo prazo destas mudanças estruturais.

O mesmo estudo revela que a pandemia “desbloqueou” uma nova reserva de talentos e actuou como catalisador do trabalho à distância, com empregos sem fronteiras e o “fenómeno da telemigração”, que tem vindo a possibilitar os empregadores chegar a uma rede mais vasta de profissionais qualificados, algo que poderá também contribuir para atenuar a escassez global de competências. O sector tecnológico, que está a sofrer com esta escassez, poderá ser um dos maiores beneficiados.

Uma elevada percentagem de trabalhadores habituou-se a trabalhar a partir de casa e espera poder usufruir de alguma forma de trabalho híbrido no futuro.

O inquérito sintetizou a investigação do mercado global e identificou as seguintes tendências-chave que emergiram ao longo da pandemia.

  • A procura de mão-de-obra qualificada foi significativamente afectada
    • As políticas sociais que tentaram conter a propagação da COVID-19 e a mudança dos hábitos de consumo tiveram um grande impacto;
    • Nos mercados em que a Hays opera, o emprego diminuiu 3,8% entre o quarto trimestre de 2019 e o quarto trimestre de 2020.
  • Nos 34 mercados em que a Hays opera, a taxa de desemprego aumentou ao longo de 2020
    • Em todos os mercados, o desemprego aumentou de 4,3% no quarto trimestre de 2019 para 5,5% no quarto trimestre de 2020.
  • Os mais jovens (15-24 anos) foram mais afectados pelo o desemprego em comparação com as gerações mais velhas
    • Em todas as regiões, a taxa de desemprego aumentou mais do que o emprego;
    • Para os 26 mercados Hays onde existem dados disponíveis, o emprego entre as pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos diminuiu 17,4% entre o quarto trimestre de 2019 e o segundo trimestre de 2020, embora este valor tenha recuperado 5% até ao final de 2020
  • O emprego feminino diminuiu mais do que o masculino
    • As mulheres foram mais afectadas pela negativa pela crise;
    • Entre o quarto trimestre de 2019 e quarto trimestre de 2020 o emprego feminino diminuiu mais nos mercados em que a Hays opera;
    • Em 24 dos 34 mercados para os quais existem dados disponíveis, o emprego feminino caiu 3,4% entre o quarto trimestre de 2019T4 e o quarto trimestre de 2020 – um declínio de 0,4 pontos percentuais mais elevado do que a queda no emprego masculino.

 

O relatório da Hays revela ainda que o mercado de trabalho especializado evoluiu agora com os trabalhadores a mostrarem um maior interesse em “trabalhar a partir de qualquer lugar”, em vez de simplesmente trabalharem a partir de casa ou do escritório. Será um ponto importante para os líderes empresariais e políticos considerarem se os empregos sem fronteiras e a Telemigração poderão ser uma das soluções a longo prazo para combater a escassez global de mão-de-obra qualificada.

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