Quer atrair e captar o melhor talento? A Lego descobriu o segredo e ensina uma valiosa lição

Escolher as pessoas certas não é tarefa fácil. Para certas empresas torna-se ainda mais difícil. Uma empresa como a Lego, por exemplo. O perfil ideal terá, certamente, criatividade e imaginação como requisitos fundamentais. E a questão é: como encontrar esse candidato?

 

Jason Aten, jornalista da Inc., reflecte sobre o tema após deparar-se com um anúncio de emprego da Lego para um director criativo, que dizia o seguinte: «As crianças são os nossos “role models”. A sua curiosidade, criatividade e imaginação inspiram tudo o que fazemos.»

Considerar crianças enquanto modelos a seguir não vem à cabeça da grande maioria dos adultos. À medida que caminhamos para a idade adulta, tendemos a perder certos sentidos como jogar e brincar e nem sempre olhamos para os mais novos como capazes de grandes ensinamentos.

Se estiver à procura um “role model”, regra, olhará para alguém do mesmo ramo de actividade ou de uma empresa que tenha alcançado objectivos semelhantes aos que pretende atingir, ou que tenha estabelecido princípios e aprendizagens fundamentais. É quase garantido que essa pessoa será um adulto com uma carreira estabelecida.

Ou seja, partimos do princípio de que as crianças não têm a formação ou experiência que possam ensinar-nos grande coisa, conclui o jornalista.

A verdade é que as crianças têm muitas características que se perdem à medida que vão crescendo. A curiosidade, criatividade e imaginação, mencionadas no anúncio da Lego, são um exemplo. Apesar de haver excepções, os adultos não primam por sentidos de imaginação e curiosidade apurados.

Infelizmente é socialmente inaceitável sonhar acordado no local de trabalho, mas talvez não devesse ser. Ser curioso e exercitar a criatividade pode aportar valor aos colaboradores e às organizações.

A imaginação por exemplo. É considerada útil e positiva nas crianças, contudo somos treinados para relegá-la para segundo ou terceiro plano, focando a atenção antes em processos, sistemas e regras.

Para as crianças, tudo é possível. E se estivermos a falar em construir Lego, então adultos que sonhem acordados e imaginem construções fantásticas, com pequenas peças de plástico, são a cereja no topo do bolo.

A empresa precisa de colaboradores capazes de sonhar com o que é possível e reconhece que o seu sucesso depende de ter pessoas que entendem isso. Para criar produtos que o seu público-alvo – as crianças – adorem, é fundamental ter especialistas que pensem como elas pensam e que sintam a mesma curiosidade e imaginação.

E se está à procura desse tipo de pessoas, a descrição da vaga de emprego tem obrigatoriamente de reflectir as características mais valorizadas, sem esquecer que constitui a mais importante primeira impressão na atracção de talento.

No fundo, a lição é bastante simples: se quer atrair pessoas que partilhem os seus valores, descubra a forma ideal de lhes transmitir quais são. Coloque o mais importante na descrição da vaga e não apenas as tarefas ou requisitos. Mais do que os temas importantes da função, coloque o mais relevante sobre a empresa, o seu propósito e os seus valores.

Assim estará a ajudar o candidato a saber se é a pessoa mais indicada para integrar a equipa. Se acredita que as crianças são “role models”, é fundamental que o comunique a qualquer pessoa que esteja a pensar candidatar-se a essa função.

Para a Lego, esses valores são a curiosidade, criatividade e imaginação. Provavelmente, na sua organização serão algo completamente diferente, mas isso não muda o facto de que deve ser uma das primeiras coisas que os candidatos vêem nas descrições de vagas.

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