Recurso ao Trabalho Temporário diminuiu no primeiro trimestre do ano

As colocações de trabalhadores temporários recuaram 1,9% no primeiro trimestre deste ano, face a igual período do ano passado, para 98.696, segundo o barómetro da APESPE-RH e do ISCTE.

 

De acordo com o estudo, verificou-se um decréscimo homólogo nas colocações de trabalho temporário ao longo de todo o primeiro trimestre deste ano com «menos 217 pessoas em Janeiro (-0,7%); 926 pessoas em Fevereiro (-2,8%) e 767 pessoas em Março (-2,2%)».

Assim, no total, a diminuição no número de colocações no primeiro trimestre de 2023 face ao mesmo período do ano anterior foi de 1,9%, ou seja, foram colocados 98.696 trabalhadores, contra 100.606 no mesmo período do ano passado.

O barómetro revela ainda que o Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), «que tinha estabilizado desde Novembro de 2022, volta a demonstrar um decréscimo gradual desde o início do ano», fixando-se em 0,99 em janeiro, 0,97 em Fevereiro e 0,98 em Março, valores inferiores aos observados nos meses homólogos.

Para Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos, esta diminuição estará relacionada com o actual contexto de aumento de custos (por via das taxas de juro e da inflação) e também à perspectiva de entrada em vigor das alterações introduzidas pela Agenda do Trabalho Digno, em 1 de Maio.

Os dados do primeiro trimestre mostram ainda que entre 27% a 28% dos trabalhadores temporários colocados têm uma idade média acima dos 40 anos e que as pessoas com apenas o ensino básico representam mais de metade (61% no período em causa) das colocações.

Já as pessoas com licenciatura representam cerca de 6% das colocações.

A mesma análise destaca ainda que as empresas de «fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis continuam a ser as que mais recorrem a trabalho temporário, representando cerca de 14% das colocações do primeiro trimestre, seguindo-se as empresas de «fornecimento de refeições para eventos e outras actividades», com cerca de 8%.

Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no trimestre em causa destacam-se as «outras profissões elementares» (entre 29% e 30%), seguindo-se os «empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes (entre 17% e 19%)».

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