Reportagem: Rock in Rio Academy 2022, uma experiência de aprendizagem imersiva com base no maior festival de entretenimento do mundo

Dois anos depois o Rock in Rio regressa a Lisboa. Com ele, regressa também a Rock in Rio Academy, evento que tem o principal objectivo de dar a conhecer as razões por detrás do sucesso do maior festival de entretenimento do mundo. E fá-lo através de testemunhos e depoimentos dos que fazem o Rock in Rio acontecer. A partilha aconteceu na Cidade do Rock, no parque da Bela Vista, no passado dia 25 de Junho. 

Por Sandra M. Pinto

Durante todo o dia foram muitas as partilhas. Repartidas entre a manhã e a tarde, as intervenções trouxeram ensinamentos e alguns alertas. Houve ainda tempo para momentos de networking e uma visita a todas as áreas e palco da cidade do rock com direito a explicações por parte dos respectivos responsáveis, tendo o evento terminado com uma conversa entre Roberto Medina, Roberta Medina e Agatha Áreas. No final uma palavra ficou no ar: acreditar, acreditar sempre para que o mundo pode ser ainda melhor.

Perante uma plateia  composta por executivos, especialistas em marketing e inúmeras outras profissões, o dia começou com a intervenção de Roberta Medina que fez questão de assinalar os pontos mais importantes que levaram a equipa do Rock in Rio a conseguir ultrapassar a incerteza dos dois anos de pandemia Covid-19. Para a vice-presidente do Rock in Rio, perante a situação extrema de tudo ter de parar «internamente tivemos de analisar os vários cenários e na tomada de decisão hoje considero que foi momentos mais ricos que vivemos, pois como não sabíamos nada do que ia acontecer todos os dias conversávamos com toda a gente: desde patrocinadores à entidades de saúde passando pela Câmara de Lisboa». Para Roberta, «tivemos de tomar uma decisão através de uma soma de olhares», perante a grande confusão que se vivia na altura. A decisão passou por criar, «sendo que uma das nossas preocupações interna era perceber como é que íamos manter a equipa sólida e a vibrar a solução passou por alavancar tudo na criatividade». As ideias iam fluindo mas acabavam por ficar pelo caminho, «e rapidamente percebemos uma grande verdade: não controlamos o futuro e não sabemos o que vai acontecer amanhã». A responsável relembra que «emocionalmente foi muito duro, sobretudo devido à incerteza, pois ninguém sabia o que ia acontecer». A opção passou por dar férias a toda a equipa com o intuito de voltar a colocar o evento de pé em Setembro de 2021, mas tal não veio a acontecer. «Ao perceber que íamos conseguir aguentar mais adiamento sentimos que tínhamos futuro, e se isso é possível temos de honrar o privilegio de ter futuro, algo que muita gente durante a pandemia não teve». Confessa que não foi nada fácil manter o optimismo, «ninguém ficou 100% bem durante aquele tempo, pelo que foi importante sentirmo-nos confortáveis em não estar bem, e foi assim que fomos aguentado, ajudando-nos uns aos outros». Neste segundo momento a opção passou por revisitar tudo o que já tinha sido criado para perceber como a próxima edição poderia ser ainda melhor. «Tentámos perceber aquilo que os pessoas estavam a precisar, de que forma íamos comunicar no pós pandemia, pelo a opção foi implementar tudo com base nas boas vibrações». Com a chegada de 2022 todos acreditavam que o Rock in Rio ia acontecer, «importa perceber que enquanto sociedade não adiantar ficarmos deprimidos a pensar nos problemas, temos sempre que olhar para aquilo que podemos fazer de melhor para o futuro». Nas palavras de Roberta Medina, «precisamos de resgatar o direito de sermos felizes». Nas palavras da responsável o Rock in Rio é uma empresa flexível que se adaptou a todo o cenário da pandemia, ao mesmo tempo que deu provas de ser uma empresa resiliente.

Na sua partilha com os participantes na Rock in Rio Academy 2022, Luis Justo, CEO do Rock In Rio, refere que «fazer um festival de música não é a nossa missão como empresa, esta é sim proporcionar experiências inesquecíveis através da música e do entretenimento». Para tal é criada uma cidade que funciona apenas durante quatro dias. «mas como é que se consegue por de pé esta cidade? Se pensam que venho falar de estratégia estão enganados», avisa, «o que possibilita construir isto tudo que está à vossa volta é a cultura do Rock in Rio». Perante a pandemia a organização sentiu necessidade de, alguma forma, formalizar num pedaço de papel o que é o espirito e a cultura do Rock in Rio, «depois dessa formalização passaria a ser um road map de toda a nossa estratégia». Para o responsável, «a cultura da empresa é a própria equipa e é a partir daí que tudo é construído». Nesse exercício a organização percebeu que existia uma filosofia central desde 1985, data do primeiro Rock in Rio. «Sonhar e fazer acontecer, é a nossa filosofia desde o primeiro instante», relembra. Hoje, o Rock in Rio tem oito pilares que simbolizam a cultura e a filosofia da empresa:
Sonhar, onde se incluem os pilares: Eu faço; Criatividade, Pensar grande; Coragem
Fazer acontecer, com os pilares: Work Hard Play Hard; Todos na mesma direcção; Excelência; Integridade. «No Rock in Rio entendemos a cultura como algo de muito real, todos na mesma direcção e onde cada elemento da empresa e da organização contribui para o propósito comum», refere, »no nosso caso, no caso do Rock in Rio o propósito é oferecer a todos os que chegam à cidade do rock uma experiência inesquecível».

Ana Carolina Carvalho, Partnerships Manager do Rock in Rio Lisboa, começa por sublinhar que todos os que colaboram com o Rock in Rio são parceiros, «todos ajudam a construir o que podem ver á vossa volta, e esse trabalho tem uma base forte na sinergia, pelo  que procuramos sempre as melhores sinergias juntos marcas e dos parceiros».  A construção destas sinergias começa um ou dois anos antes de cada edição, «com o estabelecimento de estratégias e definição dos pilares que cada marca vai trabalhar num percurso onde são lançadas muitas provocações e alguns desafios». No final do processo a construção da cidade do rock dá vida e corpo a todo esse trabalho feito com as marcas. Quando o público entra na cidade do rock é importante que perceba o que «estamos a entregar, mas que o perceba de uma forma leve e divertida». Ana Carolina explica que o Rock in Rio fecha as parcerias e depois no dia-a-dia são construídas e trazidas para a realidade que todos podem ver durante os dias em que acontece o evento. «Para nós é muito importante que estas alianças sejam sólidas e se perpetuem ao longo dos anos, por isso temos muito cuidado e atenção com todos os nossos parceiros».

Vice-presidente de Operações da Rock in Rio, Ricardo Acto, começa por relembrar que «aquando da pandemia tivemos a oportunidade de refletir e de melhorar o nosso processo de excelência». Em 2012 a empresa começou a introduzir novas formas e mecanismos para uma melhor gestão. «Hoje temos uma plataforma robusta que nos ajuda com a gestão de projectos, desde os parceiros maiores aos mais pequenos, e o resultado foi facilitador da nossa gestão possibilitando que tenhamos hoje uma cidade do rock completa, fazendo com que nesta edição os visitantes se tenham afastados das clareiras dos concertos para viver todas as experiências que lhes pretendemos proporcionar, ou seja, esta edição os visitantes estão, de fato, a viver a cidade do rock em pleno».Desse processo de excelência  sobressai a forma como «tratamos os nossos colaboradores e o público», sublinha, «temos um enorme respeito por quem comprou o bilhete, pelo artista, pelo patrocinador, pelas entidades públicas, e pela nossa equipa». Importa que cada um de nós goste daquilo que está a fazer «e isto foi sendo quase orgânico ao lingo dos anos, sendo que as pessoas que não se conseguiam integrar iam saindo, principalmente as que não conseguiram ultrapassar a dificuldade que pode ser delegar, e essa insegurança pode levar a que se tente arranjar uma desculpa para os problemas ou para os desafios que vão surgindo». Para Ricardo Acto essa evolução da equipa levou a um melhor relacionamento entre os seus membros, «se nós não estamos bem pessoalmente, um qualquer desafio profissional que surja pode transformar-se num grande problema». Estar bem consigo próprio é essencial para que a equipa esteja bem e consiga entregar um bom trabalho com vista à obtenção de um bom resultado e um trabalho de excelência. «Depois é preciso estar bem com a equipa e com a empresa».

Dora Palma, directora de Sustentabilidade do Rock in Rio, refere que este tema no Rock in Rio tem um claim, «e é por um mundo melhor, ou seja, hoje no Rock in Rio somos mesmo por um mundo melhor».

A isto acrescenta que «trabalhamos com foco no outro, com respeito e com verdade, e a mim parece-me que isso é a base de tudo o que fazemos e, como tal, a sustentabilidade por um mundo melhor é uma coisa muito fácil de fazer no Rock in Rio, «uma vez que esta muito presente no nosso ADN».

Ricardo Florêncio, Marketing Manager do Rock in Rio Lisboa, reforça que olhar para o pormenor nas soluções é algo valorizado na organização, «e é isso que contribui e muito para a entrega de um trabalho de excelência». Em todo o processo «pelo qual passamos tivemos sempre a preocupação em ser éticos e que na solução que encontramos fosse uma solução sustentável e que não significasse olhar apenas para o nosso umbigo, que não fosse pensada apenas para o nosso consumidor, mas para toda a sociedade tornando-a mais sustentável». Perante a pandemia e o adiamento constante das edições «optámos por uma comunicação activa e positiva, o que se revelou um desafio». Juliana Ribeiro, directora de Ticketing do Rock in Rio, relembra que perante as dificuldades que foram surgindo foi preciso manter a calma para encontrar soluções. «Olhámos em frente e decidimos arregaçar as mangas e avançar,  na altura tínhamos até Junho para fazer acontecer o evento entre construir a cidade do rock, confirmar bandas,  e este não era um trabalho de cada departamento ou área do Rock in Rio, era sim um trabalho conjunto, entre todos para se alcançar um resultado comum».
Para ambos os responsáveis toda a situação vivida com a pandemia e com o cancelamento dos Foo Fighters foi mais uma prova à resiliência da organização. «Aprendemos sempre com o foco naquilo que são os nossos pilares e a nossa cultura», refere Ricardo Florência, «se nós trabalhamos com coragem e a cada novo momento, a cada nova dificuldade não virarmos a cara será certo que tentaremos e iremos encontrar sempre um caminho para evoluir». Encontrar soluções boas para a organização é essencial, «mas é preciso que cada uma delas seja também boa e favorável para os nossos consumidores e para o nosso público».  Enquanto uma organização que tem o foco na excelência «aproveitamos sempre as dificuldades para aprender, de modo a cada novo desafio ser mais fácil encontrar as respostas adequadas», concluem.

Director Artístico do Palco Sunset e Espaço Favela, Zé Ricardo começou por questionar porque algumas empresas apresentam soluções inovadoras, enquanto outras não se conseguem manter no mercado. «Porque é que o Rock in Rio, com quase duas décadas continua a ser um dos eventos mais inovadores e desejados do mundo? E qual é o impacto das empresas na construção do mundo em que vivemos hoje?», questiona, para de imediato responder que primeiro do que tudo é preciso falar de pessoas.  «Todos os produtos são feitos por e para pessoas , pelo que é preciso levar em linha de conta a maneira como elas pensam, vivem e se expressam». Para este responsável tudo reside nas pessoas «é este o ponto de partida do nosso trabalho», sendo que o mais importante é a diversidade cognitiva. «Esta é a inclusão de pessoas que têm diferentes estilos de resolução de problemas porque pensam de formas diferentes», afirma. «Falamos aqui da maneira como as pessoas se constroem no mundo em que vivem, da forma como constroem os seus valores de acordo com o tempo que estão a viver». Zé Ricardo reforça que acredito no poder da diversidade, «e ela a grande saída para a evolução do mercado e para o crescimento das pessoas, de maneira a que sejam mais felizes». Na visão deste responsável, o mundo evolui e muda e nós não perdemos o nosso lugar, «mas melhoramos enquanto seres humanos, por isso empresas que incentivam e viabilizam a felicidade provocam um entendimento e faz luz. Como? Deixando para trás todos os conceitos retrógrados e errados, com vista a perceber a sua importância na sociedade. O resultado? Há a efectiva transformação de vidas e do mundo».

«Hoje é preciso mudar as organizações», defende Manuel Laranja, professor do ISEG, «pelo que é preciso esperar mais das soft skills, mas a questão é quais e de que forma podem acrescentar valor». Manuel Laranja defende a experimentação, «é preciso fazer e errar para depois aprender, e que não exista problemas se não acreditarmos nos planos, o que é diferente de planeamento, esse continua a ser um processo interessante porque nos obriga a refletir». O académico chama a atenção para a cada vez maior imensidão de dados, «não é que não sejam importantes, não podemos é guiar tudo por eles, é urgente deixar a pequenez, deixar de ver pequeno, não podemos ficar presos e não conseguir ir mais à frente». Para além de analisar, é importante «sermos capazes de sentir o que os outros sentem», defende, «como tal defendo que os gestores devem ter mundo, e não se ficarem pelo eixo casa-escritório». «É preciso aprender a sair da bolha e passar a olhar em redor, para o ecossistema onde estamos inseridos». Defende que devemos olhar de fora para dentro, «sem estar tão perdido dentro daquilo que é a pequenina bolha onde, por vezes, a vida rotineira  nos vicia».

A tarde seguiu com uma conversa entre Martha Gabriel e Marcos Piangers, moderada pelo jornalista da Radio Renascença, Renato Duarte. O primeiro desfio foi perceber em que estado está a confiança e a forma como colaboramos atualmente. Martha Gabriel defende a importância da diversidade, «mas para ela existir é preciso confiança, uma vez que sem ela as pessoas não revelam o que pensam». Em complemento Marcos Piangers avança que a falta de confiança pode impedir o crescimento e evolução das empresas.  «Curiosamente há cada vez mais empresas sem chefe», sublinha, «isso leva a que exista uma grande dose de confiança entre todos». Martha Gabriel acrescenta que «confiança e colaboração ensinam a cada um de nós com quem podemos interagir ou não, lidando de uma forma saudável com a frustração, e os gestores e os lideres existem para auxiliar neste processo». A escritora defende que neste ponto, «a tecnologia é uma grande ajuda, sendo que existem sistemas de inteligencia artificial que monitorizam dados das equipas. isto vem ajudar e muitos os lideres e os gestores». Marcos Piangers avança com uma citação de uma responsável de Recursos Humanos que referia que contratava pessoas que soubesse sorrir, ser atenciosas e falar obrigado; a técnica nós treinamos.  «Cada vez é mais importante contratar pessoas que têm a capacidade humana de se conectar com outro ser humano, mas isto é difícil e raro de encontrar», afirma, «as máquinas podem ajudar mas não substituem nunca as pessoas». Com uma visão diferente, Martha Gabriel refere que «as máquinas são feitas de partes; e as máquinas empoderam o ser humano». A especialista defende que a máquina tem criatividade, «e as empresas devem criar um ambiente puramente digital de cima para baixo, pois é preciso nunca esquecer que a cultura se constrói de cima para baixo».

Clara Raposo, Presidente do ISEG começou por destacar a importância destes eventos de entretenimento apresentarem uma vertente de educação. «É importante criar uma cultura de inovação para a sociedade e para as organizações e isso não pode passar ao lado da educação dos nossos filhos».  Dentro das organizações, os lideres devem incentivar a criatividade, «e reconhecer bem as capacidade de todos os seus colaboradores». Já numa universidade tudo o que seja gerar conhecimento deve ser incentivado. « Uma universidade não pode ser um espaço de rotinas e de repetição», afirma, reforçando que, «tudo aquilo que for implementado de novo nas universidades  pode advir de ideias de todos os que intervêm na vida académica». Clara Raposo admite que não é simples implementar esta opção, «porque há muitos desafios que é preciso encarar e ultrapassar, pelo que tudo isto passa por ser um constante processo de aprendizagem, sempre com a consciência de que nada é perfeito». Para a professora de Finanças, não é possível ter uma cultura de inovação sem objectivos. «A cultura de inovação surge do facto de percebermos o que é que estamos todos a fazer em conjunto, pelo que deve ser o mais fortemente desenvolvido». Clara Raposo termina acentuando que «aquilo que me estimula é quebrar a rotina e promover iniciativas inovadoras e que promovam o conhecimento».

Em 2015 era realizada a primeira edição do Rock in Rio Academy. Agatha Arêas, VP de Learning Experience do Rock in Rio começou por relembrar essa primeira edição como o ponto de partida para a mudança do Rock in Rio. Passados quatro anos, em 2019, a organização decide criar uma área de learning experience e de educação. «A nossa premissa é a de a educação está em todo o lado, até num festival de entretenimento». O passo seguinte foi fazer nascer o Rock in Rio Humanorama e fazer do Rock in Rio uma learning organization «é um sonho». «Neste momento queremos provocar a mudança de mentalidades nas pessoas e nas empresas a partir da cultura Rock in Rio de sonhar e de fazer acontecer um mundo melhor», refere. Enquanto organização, o Rock in Rio está sempre atento ao que se passa em seu redor, pelo que foi com facilidade que percebeu que em 2021 estava tudo em mudança, tudo em transformação. «Nunca como naquela altura tinha sido tão importante e necessário olhar para as pessoas, tendo a noção de que tudo estava a ser repensado e que as pessoas agora procuram cada vez mais relações autênticas e colaborativas». Surge então o Rock in Rio Humanorama enquanto espaço de conversa, partilha e de escuta.
Tudo tem surgido de forma alinhada com o espirito do tempo. «Este espirito do tempo nada mais é hoje do que um grande gap de confiança que atinge todas as áreas e sectores da sociedade». Esta edição do Rock in Rio é a prova de que «temos trabalhado muito o respeito e a confiança», refere, «o que faz toda diferença na construção de valor dentro da própria empresa». Para Agatha não «há como seguir no mundo de hoje em constante transformação e mudança acelerada, onde a incerteza é total, sem nos colocarmos numa posição humilde de conversar e de dialogar com vista a criar ambientes de segurança, arriscando sempre em confiar para se conseguir criar valor para as nossas pessoas e paras que nos rodeiam».

O dia terminou com uma visita guiada aos camarins do Palco Mundo onde teve lugar uma Happy Hour, não sem antes todos os particionares terem tido a oportunidade de ouvir Roberto Medina, fundador e presidente do Rock in Rio, que no Palco Mundo partilhou como foi o trajecto de fazer o seu negócio do tamanho do seu sonho.
Relembrou como foram os primeiros tempos, as dificuldades pelas quais passou nas primeiras contratações de artistas, os entraves colocados pelas autoridades do Rio de Janeiro que na época não acreditam no potencial do Rock in Rio.

 

 

 

 

 

 

 

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