Rock in Rio Academy: Alto desempenho

O Rock in Rio Academy nasceu da vontade de partilhar o conhecimento e a experiência adquirida com a realização de 30 anos de Rock in Rio. Na sua terceira edição, o evento tem como palavra-chave o alto desempenho.

 

No ano em que celebrou 30 anos de história, o Rock in Rio deu um passo em frente com a criação do Rock in Rio Academy. Momento de balanço, os responsáveis do evento acharam ser a altura certa para partilhar tudo o que tinham aprendido em três décadas de festival, desde os desafios aos erros, passando pelas apostas e os processos, em suma, a cultura Rock in Rio. Simultaneamente, o Rock in Rio Academy veio dar resposta ao mercado, que demonstrava um interesse cada vez maior em perceber como funcionava o modelo de negócio daquele que se apresenta como o maior festival de música do mundo.

Nas três edições realizadas no Brasil e nas duas concretizadas em Portugal, o Rock in Rio Academy formou de forma directa 2100 executivos, tendo, através deles, impactado mais de uma centena de empresas de diferentes segmentos com a cultura Rock in Rio. Os números são avançados por Agatha Arêas, vice-presidente de Learning Experience do Rock in Rio, que acrescenta que «tem sido muito importante para a equipa do festival ter de, a cada novo ano, mergulhar num novo tema de estudo, mapeando as práticas internas nesse novo contexto, preparando-se como speakers ou ajudando na preparação dos mesmos, ou, simplesmente, participando na formação».

Sobre o balanço das edições até agora realizadas (anos ímpares no Brasil e pares em Portugal), destaca que o Rock in Rio Academy tem tido uma grande receptividade em ambos os mercados. Dirigido a executivos e a empresários que pretendam viver uma experiência num “live case” de macrogestão, fidelização do cliente, captação e gestão de patrocínios, e operação de grande público, as principais diferenças entre as edições de um e outro lado do oceano apontadas pela responsável assentam, sobretudo, no perfil dos formandos de cada país. «Enquanto no Brasil, o curso é procurado por cerca de 30% de empresários e 70% de executivos, em Portugal, praticamente todos os formandos são executivos.» E no Brasil, 50% das inscrições são feitas pelas empresas e 50% directamente pelos profissionais. Já em Portugal, 90% dos profissionais participam a partir da inscrição feita pelo departamento de Recursos Humanos ou de Marketing das empresas onde trabalham. «Mas, em ambos os mercados, os segmentos de actuação são bastante diversos, desde sectores como a banca e as farmacêuticas, até às agências criativas, passando pelo retalho.»

 

A edição de 2020

[à data da publicação da elaboração deste artigo – em Fevereiro -, o festival de música ainda não tinha sido adiado, mas entretanto sabe-se que só se realizará em 2021, pelo que também poderá haver reorientação dos conteúdos a partilhar na Rock in Rio Academy]

Tendo como palavra-chave o alto desempenho, a terceira edição da Rock in Rio Academy vai apresentar bastantes novidades. Agatha Arêas partilha que, ao longo de 2019, a equipa executiva do Rock in Rio passou por um profundo trabalho de alinhamento de propósito, de valores e de objectivos. «Reunimos os executivos de Portugal e do Brasil numa formação, para desenhar o cenário da marca em 2025», o que exigiu «uma enorme entrega profissional e pessoal por parte de todo o núcleo executivo do festival». Nas palavras da responsável, o Rock in Rio Academy Portugal 2020 vai, precisamente contar com esse trabalho de aprimoramento das competências de alto desempenho.

Questionada sobre o formato do evento, a vice-presidente da área de Learning Experience destaca que é muito interessante e rico. «Os executivos e gestores do Rock in Rio sobem ao palco para contar na primeira pessoa a sua experiência. Há muita transparência, emoção e até cansaço, uma vez que o Rock in Rio Academy acontece entre os dois fins-de semana do festival. Assim, as experiências e os exemplos partilhados são recentes e verdadeiros.»

Depois das apresentações dos oradores, os participantes realizam uma visita aos bastidores das grandes áreas de operação do festival, sendo que o encerramento é feito com uma palestra de Roberto Medina, «a primeira pessoa a sonhar o sonho do Rock in Rio e que, no palco Mundo do festival, conta de uma forma mágica e inspiradora a sua história de empreendedor, de comunicador, de alguém que caiu, levantou-se, nunca desistiu e construiu um legado incrível, o qual continua a crescer».

 

Um mundo de ensinamentos
De acordo com os desafios actuais do mundo dos negócios e da gestão, são muitos os ensinamentos transmitidos aos participantes do Rock in Rio Academy. «Na prática, aprendem a alinhar o propósito dos seus negócios com a execução e os processos, mas aprendem também a olhar para os detalhes e para o impacto que todos os pontos de contacto têm na entrega da proposta de valor da sua marca», afirma Agatha Arêas, fazendo notar que o Rock in Rio Academy oferece, principalmente, «a imersão num caso de sucesso de gestão de uma plataforma de experiências que interessam ao alargado leque de stakeholders».

De uma forma orgânica e empírica, o Rock in Rio Academy coloca em prática a autonomia e o trabalho da liderança nos mais diferentes níveis, desde a liderança individual à liderança das equipas. «É um trabalho muito dinâmico, complexo e intenso, pois temos uma data de entrega que não pode ser alterada. Isso faz com que seja fundamental o sentido de liderança em cada colaborador envolvido, a responsabilidade e o sentimento de pertença por aquilo que entregamos», destaca Agatha Arêas.

O facto de o Rock in Rio ter o entretenimento como parte do seu ADN faz com que, naturalmente, a celebração e o “fun”, tão importantes para a felicidade das pessoas, faça parte das suas práticas e da sua maneira de fazer as coisas. «Ter uma equipa unida e coesa, com um objectivo final único, que consegue entender e tirar o máximo da interdependência das suas diversas áreas é igualmente um aspecto muito forte e relevante no Rock in Rio», acrescenta.

Neste contexto, a parceria com a Sfori – que existe desde a primeira edição – assume grande importância, por trazer as provocações sobre os desafios de gestão enfrentados pelas empresas e executivos portugueses, as necessidades de formação e outros temas relevantes para o mercado português. A responsável reconhece que, «enquanto consultora de desenvolvimento organizacional e marketing, a Sfori é um parceiro fundamental para a entrega da proposta de valor do projecto e para estabelecer um relacionamento próximo com as áreas de formação e desenvolvimento das diversas empresas em Portugal».

 

Sob a umbrela da Learning Experience  
Criadas e implementadas na área de Marketing, o Rock in Rio Academy e o Rock in Rio Innovation Week demonstraram ter grande potencial de crescimento. Assim, e no seguimento da decisão de
o Rock in Rio assumir um papel relevante na área da Educação, foi decidido avançar, em 2019, com uma nova unidade de negócio exclusivamente dedicada às experiências de aprendizagem, a LExU (Learning Experience Unit of Rock in Rio), a qual passou a integrar os dois projectos. «Com uma equipa exclusivamente focada nessas experiências de aprendizagem, as edições de 2019 do Rock in Rio Academy e do Rock in Rio Innovation Week registaram um crescimento de público, uma maior continuidade e consistência na comunicação, com desdobramentos de formato e fortalecimento da comunidade de alunos», relembra Agatha Arêas.

Durante este ano de existência, a LExU tem enfrentado alguns desafios, destacados pela responsável: «Desde logo, dar conta do volume de propostas de parceria e do “tsunami” de ideias que nos surgem todos os dias. A receptividade do mercado à entrada do Rock in Rio na área da Educação tem sido surpreendentemente positiva. Precisamos de aprender em formatos diferentes e a uma velocidade bem maior do que a que estávamos habituados.»

Porque as marcas, «especialmente aquelas com forte poder de atracção e mobilização como é o Rock in Rio, precisam assumir a consciência de que suas atitudes influenciam e educam, a responsabilidade é enorme, mas a oportunidade de expandir o legado e de alargar os streams de negócios das marcas, também».

Observando a Educação Corporativa como uma tendência determinante para o futuro das empresas e dos profissionais, Agatha Arêas acredita na sua importância, desde que os programas sejam criados sob medida para a empresa. «Antes de se criar uma universidade corporativa, há que trabalhar com profunda seriedade no alinhamento de um propósito, de uma missão e dos valores da marca», defende, reforçando que os pilares da cultura da empresa precisam de estar claros e bem fundamentados. «Depois, é passar ao desenho da academia corporativa, em conjunto com profissionais externos capacitados para exprimir em metodologias, criadas de raiz ou num misto de programas customizados com programas de portefólio, capazes de difundir e fortalecer as premissas da empresa, identificando os diversos perfis de alunos de entre os colaboradores, o pack de competências que precisam adquirir ou adaptar e, tanto quanto possível, personalizar ao máximo a abordagem educacional.»

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Academias Corporativas”, publicado na edição de Março da Human Resources.

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