Rock in Rio Humanorama: Festival de conversas para um mundo mais humano

Num ano em que somos desafiados a fazer diferente, o Rock in Rio reinventa-se de modo a continuar a contribuir para a criação de um mundo mais humano. Surge agora o Rock in Rio Humanorama, um festival não de música, mas de conversas.

 

Por Sandra M. Pinto

 

O Rock in Rio Humanorama é a mais recente iniciativa daquele que se assume como o maior festival de música e entretenimento, mas também como uma experiência de transformação. Tem como finalidade «promover conversas que inspirem novas perspectivas e ideias, sempre em prol de um mundo melhor», destacou Agatha Arêas, vice-presidente de Learning Experience do Rock in Rio. «Humanorama é uma palavra criada a partir da junção do sufixo “orama” – que vem do grego “hórama”, e quer dizer “vista; descortinar; espectáculo” –, com a palavra “humano”», esclarece. «Para nós, Humanorama quer dizer o “espectáculo do humano”.»

A responsável defende que cada um de nós pode accionar a potência humana para a construção de um mundo melhor, olhando para dentro. «Encarando os medos e os desejos; conectando-se com o seu eu mais íntimo; assumindo o papel de eterno aprendiz; fortalecendo- -se como indivíduo, sentindo-se inteiro e aprimorando uma postura empática e colaborativa. A partir daí – continua –, basta estar aberto a, de facto, viver em sociedade, juntando-se a outras pessoas que estão desejosas por construir valor para o mundo, e unir forças. Acredito que todos temos uma força infinita dentro de nós, só que nem sempre a accionamos, e muito menos nos mantemos conectados a ela. Mas, quando conseguimos fazê-lo, e se nos juntarmos a outras pessoas alinhadas com essa visão, os feitos realizados em conjunto alcançam a máxima potência e são, verdadeiramente, capazes de transformar o mundo num lugar melhor.»

Para dar início à mudança, é preciso começar de dentro para fora. Agatha Arêas acredita que as pessoas são o ponto de partida de qualquer inovação ou transformação. «Confiança é fundamental neste processo; confiança em si mesmo, para que se possa confiar no próximo, pelo que precisamos de exercitar a autoconfiança e promover espaços de segurança psicológica e emocional nos nossos relacionamentos pessoais e profissionais.»

Na sua opinião, há uma crise de confiança generalizada na nossa sociedade. «Como indivíduos, podemos tentar dar o primeiro passo no resgate desse elo poderoso e transformador; e como líderes, devemos também promover ambientes regenerativos, criando oportunidades para que as nossas pessoas possam exprimir receios e vontades, para que possam arriscar, sugerir o novo e iniciar o caminho para a tão almejada mudança.»

 

Uma evolução natural
O Rock in Rio Humanorama surge como uma evolução natural do Rock in Rio Innovation Week. «Tenho muito orgulho em perceber o Rock in Rio Humanorama como uma evolução natural do Rock in Rio Innovation Week: um festival boutique, presencial, realizado em Lisboa, cuja primeira edição, em 2018, focada em temas de Inovação & Tecnologia, acabou por realçar a necessidade de destacar o ser humano como peça central para a transformação do mundo», faz notar a responsável. Na edição seguinte, em 2019, o projecto continuou com o mesmo formato, mas a sua proposta de valor foi redesenhada para entregar ao público o conceito de Inovação Humana.

Com a pandemia de COVID-19, e adiada a edição de 2020, os responsáveis decidiram realizar o evento inteiramente no universo digital. «Num evento virtual, perdem-se coisas, mas ganham-se outras» ressalva Agatha Arêas, para quem uma das grandes mais-valias do novo formato é a elasticidade que o mesmo proporciona. «Pudemos alargar o projecto ao Brasil e, inclusive, contar com dinamizadores que se conectarão do resto do mundo, pelo que a “lotação” do projecto pode passar de dois mil para 20 mil participantes.»

Simultanemente, e também devido à pandemia, as reflexões em torno do papel – ou dos vários papéis – do ser humano num mundo completamente incerto e desconhecido acentuaram-se significativamente. «Questões éticas e basilares da nossa sociedade emergiram com uma força que, pelo menos até à minha geração, nunca se tinha presenciado antes. Percebemos, então, que os quatro dias por ano de evento seriam pouco para debatermos tantos temas prementes, o que nos levou a criar uma plataforma always on, onde a nossa comunidade pudesse consumir e criar conteúdos, assim como interagir entre si, de forma contínua. E assim nasceu o Rock in Rio Humanorama.»

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Julho (nº.127) da Human Resources, nas bancas. Pode também comprar online a versão em papel ou a versão digital.

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