Rock in Rio lança plataforma de edutainement

Ontem, no evento de lançamento da Rock in Rio Innovation Week @ LACS, que regressa entre 2 e 05 de Julho para a sua 2.ª edição, e da qual a Human Resources é media partner, foi apresentada a nova unidade de negócio do Rock in Rio, uma plataforma que alia a Educação ao entretenimento. Chama-se LeXU.

 

A Learning Experience Unit (LexU) nasce com o objectivo de «promover experiências de aprendizagem divertidas e transformadoras, que impulsionem as pessoas a sonhar e fazer acontecer», através do conceito de edutainment, explica Agatha Arêas, a agora vice-presidente de Learning Experience do RiR, que ocupava anteriormente o cargo de directora de Marketing.

Através de um mapeamento dos temas mais procurados pelos participantes da edição passada, «ficou claro que a ‘pessoa’ está no centro do interesse do público do projecto e, por isso, a edição de 2019 inaugura um novo formato, deixando de ser um evento que oferece um conjunto de conteúdos sob a umbrella da inovação e passando a ser uma experiência de aprendizagem que posiciona o indivíduo como o ponto de partida da inovação e principal agente de transformação da sua vida e do mundo ao seu redor”, acrescenta.

Aquele que é considerado o maior festival de música do mundo quer assim fomentar a inovação, posicionado a tecnologia como meio, mas colocando o foco nas pessoas para serem, elas próprias, agentes de transformação. É isso que a nova unidade de negócio dedicada à educação pretende promover.

A Rock in Rio Innovation Week 2019 é a primeira iniciativa da recém-criada LeXU e tem a Galp como founding partner, não só desta edição mas também da de 2020. Paulo Pisano, director de Pessoas da empresa de energia, explicou o porquê desta aposta da Galp: «Sem pessoas não existe transformação, nem evolução. Não há melhor investimento do que na aprendizagem.»

Por sua vez, Rui Mendes da Costa, director de Learning and Training da Galp, sublinhou a «afinidade das formas de pensar» entre a energética e o RiR. «Acreditamos que se queremos estar no campo da transformação temos de actuar verdadeiramente nas mentalidades e nas emoções», frisa, chamando a atenção para a importância crescente das soft skills. «É isso que vai fazer a diferença neste mundo tão tecnológico que temos pela frente.»

«A nossa própria cultura de aprendizagem [na Galp] têm três vectores de aprendizagem: aprender a aprender; growth mindset; e a responsabilidade das escolhas. Resume-se ao fazer, partilhar e ao ser», disse ainda.

A LexU ficará, assim, responsável pela gestão da Rock in Rio Edutainment Platform, uma plataforma da qual fazem parte iniciativas que serão implementadas em Portugal e no Brasil ao longo dos próximos 18 meses. É o caso do Rock in Rio Academy e do Rock in Rio Innovation Week, que regressa ao espaço criativo Lacs, em Lisboa, de 2 a 5 de Julho, para a sua segunda edição.

A iniciativa, dirigida ao grande público convida à «inspiração, experimentação e conexão». E a música é outra: talks, workshops, experiências interativas e sensoriais, consultoria de carreira, mindfulness sessions, mostras de arte e actividades de networking. Mas não é tudo são algumas das actividades planeadas. Mas, este ano, a programação prolonga-se no tempo, com encontros que já se encontram a decorrer.

Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio, lembrou que, «quando o festival nasceu, há 34 anos, foi a partir do sonho de construir um mundo melhor. Na altura, a intenção era devolver a autoestima e a alegria ao povo brasileiro e mostrar que é possível sonhar e fazer acontecer. Em 2001, oficializámos a assinatura ‘Por um mundo melhor’ e estruturámos a área de Sustentabilidade, que nos últimos 18 anos implementou dezenas de projetos sociais e ambientais em três continentes, utilizando a plataforma de comunicação do Rock in Rio para amplificar temas prementes para a humanidade e mobilizar a sociedade a agir em prol da construção de um mundo melhor. Agora, vamos ainda mais longe e adoptamos a premissa de transformar através da educação, contribuindo para estimular as pessoas a serem, elas próprias, agentes de transformação», reiterou.

 

O poder da atitude

A apresentação de ontem terminou uma talk de António Chanoca, co-fundador da Flow, que falou à plateia d’ “O Poder da Atitude”, numa sessão muito interactiva.

Pedindo a intervenção do público, percebeu-se que, quando pensam num dia normal das suas vidas, a maioria sente que não têm cem por cento de controlo sobre aquilo que escolhe fazer. De acordo com António Chanoca, quando se pergunta o que é que as pessoas têm de fazer, mas que não escolhem, a maioria elenca argumentos como «não escolho nascer» ou doenças genéticas. Mas isso são coisas que nos acontecem, não que fazemos no nosso dia-a-dia.

Faz ainda notar que que se é uma escolha estar vivo, «há um pacotes de escolhas que está associado», tais como ter que comer ou o risco que envolve. «Nós temos a consciência de que podemos fazer coisas que não gostamos, mas há uma consequência ainda maior se não fizermos aquilo que não gostamos e escolhemos fazê-lo para evitar algo pior.»

Para o responsável, a motivação arruma-se em «duas caixas»: a busca pelo prazer, ou seja, aquilo que nos dá gosto, e a fuga à dor, aquilo que fazemos para evitar uma consequência que temos na cabeça como muito pior. E explicou que, se estivermos constantemente a fazer um conjunto de coisas que não gostamos de fazer, é natural que comecemos a desenvolver um mecanismo de defesa que a psicologia denomina de «lócus de controle», ou seja, aquilo que consideramos estar ao comando da nossa vida.

Em jeito de conclusão, António Chanoca identificou dois tipos de pessoas: as que têm locus de controlo interno e locus de controlo externo. O primeiro defende que a pessoa acredita que o que lhe acontece na vida é influenciado por si, centra-se em soluções e responsabiliza-se, enquanto o segunda vê que muito do que faz não escolhe e começa a desresponsabilizar-se.

No seu entender, termos consciência das escolhas que tomamos é determinante para a capacidade que temos de melhorar significativamente a nossa qualidade de vida. E esta é uma grandes forças das atitudes.

Veja o vídeo promocional.

 

 

Por Ana Rita Rebelo

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