Saber ouvir e agir: compromisso para a Felicidade Organizacional!

Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy

2022 foi o ano de reaprendermos a viver sem pandemia. Gerir Pessoas, após a pandemia trouxe desafios acrescidos. A pandemia despoletou uma reflexão profunda sobre as questões de organização de trabalho, benefícios para quem trabalha e a realidade da saúde mental na agenda. Como se não bastasse, os desafios foram acrescidos pela guerra em plena Europa e os impactos que resultam na vida das famílias.
Uma nova lógica foi, e é, exigida à Gestão de Pessoas nos dias de hoje. Seja por via de experiências positivas que resultaram na dinâmica organizacional em tempo de pandemia, seja, por outro lado, pela deterioração das condições de vida das pessoas impactadas pelo conflito internacional. E como tudo em Gestão de Pessoas, cada caso é um caso, e a lógica da transversalidade de soluções é colocada em causa, o que se exige é muito maior criatividade e, simultaneamente, muito mais objetividade.
Soluções de trabalho híbrido, por exemplo, têm sido consideradas, novas dinâmicas para não se perder o sentimento de pertença às Organizações vão sendo desenhadas e implementadas, a reconfiguração dos pacotes de benefícios, em particular, ao nível sanitário, fazem parte das preocupações. Ao nível da Saúde Mental está um pouco mais difícil, pelo seu caráter mais intrínseco e de ações mais personalizadas, mas é um caminho que se vai fazendo. Ao nível salarial, nomeadamente para combater a deterioração das condições de vida das pessoas e das famílias, há um longo caminho a percorrer.
Compreende-se que, na maioria do tecido empresarial português, rever estruturas salariais seja uma tarefa complexa, nomeadamente na respetiva sustentabilidade. Há sinais, apesar de a maioria ser muito conjuntural e, em certas situações, com recursos pontuais que o próprio Estado disponibiliza. Mas esse caminho tem de ser mais efetivo e estrutural. Os anos mais recentes são reveladores do aumento da pobreza, quando deveríamos estar a cumprir as metas da Agenda 2030 de erradicação da mesma. Se existem fatores de produtividade associados, que não permitem vias mais consistentes? Certamente existirão.
Mas o aumento da produtividade, move-se em larga medida, por processos de satisfação dos colaboradores e de maior assunção de se aceitarem desafios mais arrojados. A sociedade, e nesta as Organizações que a compõem, operam muito pela credibilidade das decisões, pelos exemplos de boas práticas e, também, por uma sustentabilidade do ponto de vista emocional. Se o dinheiro pode ser mote para um maior conforto, nem tudo é resultado do mesmo. Como lá chegamos? Certamente ouvindo as pessoas. Não, não estamos a falar de referendos. Fala-se de uma obtenção de feedback mais objetivo e produtivo. Por norma, o princípio do ano é timing da designada avaliação do desempenho.
Por inferência metodológica, a avaliação do desempenho é o momento de reflexão, feedback e de programar desenvolvimento. Pois, aproveite-se para um momento de comunicação aberta e transparente, que permita atingir níveis de excelência de mudança e de atingimento da felicidade das pessoas. Como? Saber ouvir e, em consequência, AGIR!