Os especialistas desta área têm emprego garantido

Há cada vez mais empresas em Portugal dedicadas às tecnologias imersivas. O ecossistema de realidade aumentada e virtual já emprega cerca de 3500 especialistas no país, em 106 empresas, estima a associação VRARA Portugal (Virtual Reality and Augmented Reality Association, sigla em inglês) – mas haverá certamente algumas que ainda não estão no radar, sobretudo pequenas startups, avança o Dinheiro Vivo.

Segundo a publicação, a evolução é grande, atendendo a que em 2019 estavam identificadas 65 empresas, pouco mais do que tem hoje a Bélgica, por exemplo, com 60.

«2021 é apenas o primeiro ano de uma década em que o conteúdo 3D deverá tornar-se norma. Os profissionais de realidade virtual e aumentada terão um profundo impacto na forma como vamos trabalhar, interagir e até mesmo como percecionamos o mundo», defende a associação num relatório lançado este mês.

Luís Bravo Martins, da VRARA Portugal, explica em declarações ao Dinheiro Vivo que «falamos de uma nova web, de uma web 3D, onde marcas, administração central e utilizadores podem sobrepor elementos digitais ao espaço físico e transformar o significado destes espaços as vezes que quiserem». E aqui o 5G e óculos de VR e AR (realidade virtual e aumentada), mais evoluídos e mais baratos serão fundamentais para o acesso global a esta tecnologia.

Justificada pelo aumento das empresas focadas em VR e AR, nos últimos anos e pela perspectiva de uma década de aceleração, a escassez de mão de obra especializada já é um problema.

«É muito complicado encontrar estes especialistas em VR e AR e, mais do que isso, o próprio factor especialista faz com que seja proibitiva a sua contratação, dado que nessas situações estamos a competir com as maiores empresas da área – gigantes como Facebook, Apple, Valve, Teamviewer», explica  Candy Flores de Freitas, CEO da Dimmersions, startup da Madeira, que oferece soluções de AR-Commerce para retalho e restauração, um concierge de realidade virtual para o alojamento e plataformas de realidade virtual para museus. «Daí que normalmente tomemos uma abordagem de requalificação ou de formação de novos colaboradores».

De acordo com a publicação, não é fácil encontrar especialistas nesta área e os «salários estão em alta» porque «a procura é elevada, está a aumentar e não existe um volume de qualificação nas universidades e politécnicos que impulsione a oferta», completa Luís Bravo Martins.

A CEO da Dimmersions, que integra cinco destes profissionais e recorre ainda a freelancers, avança que a remuneração varia «desde o nível mais baixo de entrada, onde podemos falar de ordenados a começar nos 1000 euros mensais, até aos níveis mais seniores ou de chefia tecnológica onde existem neste momento programadores a ganhar 10, 20 ou mesmo 50 mil euros mensais».

No Porto, Mafalda Ricca, CEO da X-Plora, que usa a VR/AR para melhorar a experiência de visita a um museu, centros de visita, showrooms, cidades, fala de remunerações entre os 30 a 60 mil euros anuais e com carência de programadores com sensibilidade para UI e UX (Design de Interface do Utilizador e Experiência de Utilização) e experiência com VR e AR. «É um perfil muito específico e nada fácil de encontrar. E sim, precisamos dos curiosos e audidatas. São normalmente os que estão mais alinhados com os nossos ambiociosos objectivos de inovação e que nos levam mais longe».

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