Sector da panificação e pastelaria têm um nível de resiliência financeira elevada e média-alta

Cerca de metade das empresas do sector da panificação e pastelaria apresentam resiliência financeira elevada ou média-alta, facto que poderá ser decisivo para enfrentarem a presente conjuntura. Os dados são da Informa D&B e foram apresentados na AIP – Associação Industrial Portuguesa, em Lisboa, num seminário sobre o futuro deste sector em Portugal, promovido pela Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares de Lisboa.

 

Segundo o Indicador de Resiliência Financeira criado pela Informa D&B já durante a pandemia, cerca de metade das empresas deste sector são resilientes. Este indicador analisa a capacidade de uma empresa enfrentar um momento crítico como o actual e é construído com base em quatro dimensões: estrutura de custos; estrutura do endividamento; margem de lucro e rendibilidade; eficiência do investimento.

Os dados mostram também que, por outro lado, 29% destas empresas apresenta uma resiliência mínima ou reduzida.

O sector da panificação e pastelaria industriais representa cerca de 25 mil empregos, distribuídos por 6096 empresas, 80% das quais com menos de 10 empregados. Destas empresas, 64% pertencem à panificação e 36% são fabricantes de bolachas, bolos e pastelaria industrial. Sendo um setor com grande quantidade de pequenas empresas, a sua capacidade para enfrentar o futuro próximo é muito variável.

O impacto da pandemia da COVID-19 foi menor neste sector do que no restante tecido empresarial, com dois terços das empresas do setor a registar um impacto médio ou baixo, de acordo com os dados apurados pela Informa D&B.

Um terço (34%) destas empresas têm um risco de atraso nos pagamentos (Risco Delinquency) baixo – indicador que reflete a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma entidade registar um atraso de pagamentos superior a 90 dias face aos prazos acordados a pelo menos um dos seus credores; 19% tem um risco médio-alto ou elevado de incorrer neste tipo de incumprimento.

Em relação ao risco de, nos próximos 12 meses, uma entidade encerrar com dívidas por liquidar (Risco Failure), 52% das empresas do setor tem um risco reduzido ou mínimo, 38% registam um risco moderado e 7% um risco elevado.

Em 2019, o volume de negócios do sector cresceu 3,5%, atingindo os 730 milhões de euros. O segmento de massas congeladas representa 30% da faturação total do setor e está a substituir os produtos tradicionais dos segmentos de panificação e bolos, nomeadamente no canal de hotelaria e restauração.

No mesmo ano, as exportações cresceram 7,5%, para os 258 milhões de euros, com Espanha a representar mais de um terço (36%) deste valor.

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