Será que mobilidade laboral influencia a variação dos salários?

“A mobilidade laboral influencia decisivamente a variação agregada dos salários reais”., revela-se na rubrica desta semana “Economia numa imagem”, do Banco de Portugal. Conheça os números.

 

A rubrica foi preparada com base no estudo «Qual é o contributo da dinâmica de mercado das empresas e da mobilidade laboral para a variação dos salários reais?», de Sónia Félix e Pedro Portugal,  publicado no livro «O Crescimento Económico Português: Uma Visão sobre Questões Estruturais, Bloqueios e Reformas», do Banco de Portugal.

De acordo com o estudo, o crescimento agregado dos salários é influenciado pela recomposição do emprego e pela mobilidade laboral. A decomposição da variação salarial ao nível da empresa sugere que, em geral, a variação agregada do salário real é inferior à variação salarial nas empresas que permaneceram no mercado em dois anos seguidos.

Isto significa que a recomposição do emprego (entrada e saída de empresas) e a mobilidade laboral (recrutamento e separação de trabalhadores) têm um impacto negativo no crescimento dos salários reais.

O estudo revela ainda que a mobilidade laboral tem um papel importante na variação real dos salários de empresas que permaneceram no mercado em dois anos seguidos. O salário real médio dos trabalhadores recém-contratados é em média mais baixo do que o dos trabalhadores que permaneceram na empresa, afectando negativamente a variação salarial agregada.

O contributo das separações de trabalhadores para a variação real dos salários é positivo, refletindo o facto do salário real médio dos trabalhadores que saíram das empresas ser mais baixo do que o dos trabalhadores que permaneceram nas empresas. A análise do papel da mobilidade laboral no crescimento salarial sugere que a componente dos trabalhadores que permaneceram na empresa foi significativamente afectada pela crise económica.

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