Siemens: Uma grande sala de formação virtual

Estimular a utilização das ferramentas mais adequadas para que os colaboradores possam retirar o máximo partido dos poderosos canais de comunicação que existem é uma das prioridades da Siemens.

 

Recentemente, a Siemens Portugal promoveu a primeira formação via webcast. A formação certificada no LinkedIn foi realizada por Pedro Caramez, conceituado formador, que deu valiosas dicas sobre como criar um perfil de sucesso nesta rede social. Esta iniciativa-piloto ambicionava testar a plataforma e o conceito, bem como dar resposta a algo que os colaboradores da empresa têm vindo a pedir regularmente – ferramentas que os ajudem a sentir-se mais “em casa” no mundo virtual.

Conforme mencionado, o primeiro teste era ao formato webcast. A Siemens Portugal queria perceber até que ponto esta poderia ser uma ferramenta adequada para usar em contextos internos de formação para, mais tarde, poder usá-la em contextos mais orientados para o negócio e também para audiências externas bem mais alargadas. O segundo teste seria apoiar o máximo de colaboradores possíveis, e num curto espaço de tempo, a melhorar o social selling, ou seja, a construírem um perfil o mais apelativo possível, para posteriormente estabelecerem uma rede de contactos fortes que tenha um impacto positivo no desempenho da sua actividade profissional.

«Quando lançámos a iniciativa houve quem nos perguntasse se não tínhamos medo que os nossos colaboradores usassem o LinkedIn para procurar um novo desafio profissional ou se, a partir do momento em que tinham o perfil actualizado, não achávamos que iam começar a ser aliciados por outras empresas», disse Salomé Faria, directora de comunicação da Siemens Portugal, esclarecendo que «de facto não tivemos esses receios. Preferimos correr esses riscos e dar aos colaboradores a segurança e a motivação que, por vezes, lhes falta para terem a presença social que ambicionam e que lhes permite serem também embaixadores da marca».

Aposta ganha

Foi uma aposta ganha. A formação contou com a participação de 217 colaboradores. A sessão foi totalmente interactiva, com possibilidade de, em directo, serem feitas perguntas que foram esclarecidas no momento, fazer votações e download de documentos,
o que permitiu alcançar um engagement de 6,6 – uma avaliação considerada muito positiva tendo em conta as referências desta área. O webcast foi também aberto aos filhos de colabora- dores com mais de 18 anos, que começam a entrar no mundo do trabalho e que podem ter no LinkedIn um importante aliado, e ficou gravada para poder ser acedida por colaboradores que não puderam acompanhar em directo.

Apesar de já ter promovido várias formações presenciais em LinkedIn, estas têm um limite de cerca de uma dezena de participantes por sessão e a Siemens quis ir mais além, chegar ainda a mais pessoas na promoção das suas competências.

As ferramentas adequadas

É por isto que apresenta e estimula a utilização das ferramentas mais adequadas para que os colaboradores possam retirar o máximo partido dos poderosos canais de comunicação que existem. Ciente que a produção de conteúdos para as redes sociais pode ser o calcanhar de Aquiles de algumas das suas pessoas, a Siemens também procurou dar resposta a esta necessidade. Exemplo disto é uma ferramenta inovadora de Employee Advocacy. Esta plataforma interna e sem relação com os canais corporativos da empresa, apresenta conteúdos prontos a serem partilhados nas redes sociais. Os colaboradores podem simplesmente partilhar – e editar, se quiserem – os posts preparados, bastando escolher os projectos com que mais se identificam ou dos quais têm mais orgulho, sem ter de criar os conteúdos de raiz.

Formação contínua e mentoria ‘inversa’

Um dos objectivos da Siemens é incentivar os seus colaboradores a desenvolverem as suas competências, desafiando-os a aprender constantemente, de forma a sentirem-se sempre valorizados e a manterem-se empregáveis. A isto se chama o life long learning e a Siemens investiu, a nível global, em 2018, mais de 514 milhões de euros na formação e desenvolvimento contínuo das suas pessoas.

Além do programa de mentorship tradicional que a empresa tem em curso, a Siemens inovou ao lançar o “Reverse Mentoring”. Esta iniciativa dá aos mais jovens a figura de mentores e os colegas com mais anos de casa passam a ser os mentees. Independentemente do vasto conhecimento que os mais seniores têm em algumas áreas, têm interesses por ferramentas mais actuais que os mais novos dominam melhor, como, por exemplo, as redes sociais. Há casos de colaboradores que trabalham na Siemens Portugal há dois ou três anos e que são mentores de directores com 30 anos de casa. «Este tipo de iniciativas são sempre desafiantes do ponto de vista da gestão. Nem sempre é fácil assumir que um recém-licenciado pode ter algo a ensinar a quem, por exemplo, já comemorou o seu jubileu ao serviço da empresa. Mas estes novos conceitos de desenvolvimento têm vindo a revelar-se bastante frutíferos contribuindo decisivamente para a mudança de mindset que os novos modelos de organização hoje exigem», disse Pedro Henriques, director de recursos humanos da Siemens.

Formação e estágios profissionais

Em Portugal, só no ano passado, os colaboradores da Siemens tiveram 54.200 horas de formação, em formato presencial e e-learning, com um foco cada vez maior nas áreas da digitalização e na forma como pode ser utilizada em prol do negócio. Foi também lançado o portal “Digitalization Learning World”, aberto a toda a organização, em que cada colaborador pode construir o seu próprio percurso formativo, de acordo com as suas necessidades. O portal combina vídeos de especialistas, dicas, artigos da especialidade, chats, e formações online, como o “Digital Knowledge Challenge”.

Outra vertente da formação promovidos pela Siemens Portugal são os programas de estágios. Em 2018, a Siemens recebeu 89 estagiários profissionais, que desempenharam funções nas áreas da electrónica, TI, automação, mecatrónica, finanças, gestão e administração, entre outras. Os programas de estágios que a Siemens desenvolve têm, por norma, uma taxa de integração na empresa que ronda os 80%, ou seja, a grande maio- ria dos estagiários acaba por ser integrado na organização. No mesmo período, 59 alunos escolheram a Siemens para realizar os seus estágios curriculares.

Este artigo foi publicado na edição de Junho da Human Resources.

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