Solidão? Não é de agora. Portugueses já se sentiam sozinhos antes da pandemia

O novo estudo da Kaspersky, conduzido pela Arlington Research, revela que os europeus já sofriam de solidão muito antes da entrada em vigor das medidas de confinamento impostas pela COVID-19. De acordo com os dados apurados, também os portugueses já se sentiam sozinhos antes da pandemia e para alguns, o período de quarentena veio acentuar esta solidão.

 

O isolamento resultante da pandemia afectou ainda mais a saúde mental das pessoas e exerceu uma pressão adicional em todas as áreas da sociedade. De facto, mais de metade dos europeus (53%) que admitiram sentirem-se sozinhos durante a crise provocada pela COVID-19, revelaram que este sentimento de solidão foi mais intenso que no período pré-COVID. Em Portugal, a percentagem destas pessoas foi de 42,6%, valor muito próximo dos 41,8% de inquiridos que responderam terem sentido o mesmo nível de solidão durante e antes da pandemia.

Além disso, a Geração Z (pessoas nascidas entre 1994 e 2001) foi considerada a geração mais solitária da época. Neste sentido, 68% dos europeus desta faixa etária admitiram sentirem-se sozinhos durante o confinamento, pelo menos numa parte do tempo (entre Abril e Maio de 2020), em comparação com apenas 37% da Geração Silenciosa.

Enquanto as gerações mais velhas são frequentemente consideradas prioritárias pelos Governos e pela própria comunidade, de forma a garantir que não ficam isoladas, corre-se o risco de as pessoas mais jovens e em idade activa estarem a perder o apoio que também precisam.

De modo a cumprirem as orientações do Governo no que respeita ao distanciamento social, muitas pessoas passaram a dar mais uso à tecnologia, uma vez que passam grande parte do seu tempo em casa. Em Portugal, cerca de 79% dos inquiridos pela Kaspersky admite que os dispositivos tecnológicos os ajudou a sentirem-se ligados a amigos ou familiares que vivem longe. Um número que está muito próximo da média europeia, 71%.

Por outro lado, cerca de 40% dos portugueses que participaram na investigação concorda que as restrições sociais resultantes da COVID-19 os fizeram sentirem-se mais confortáveis na utilização da tecnologia do que antes. Na Europa, 43% dos millennials inquiridos e 53% das pessoas que vivem em agregados familiares com várias gerações afirmaram experienciar a mesma situação, o que mostra como o aumento do tempo em casa levou a uma maior dependência da tecnologia.

No entanto, embora a tecnologia esteja claramente a revelar-se um benefício, nem todos são peritos na sua utilização. Cerca de 36% dos portugueses afirmaram que desejariam ter mais conhecimentos de tecnologia, pois isso ajudá-los-ia a sentirem-se menos sozinhos.

O estudo realizado pela Kaspersky, em conjunto com a Arlington Research, realizou uma investigação junto de uma amostra representativa de adultos a nível nacional, em 12 mercados europeus, para auscultar o grau de solidão dos participantes e os factores que ajudam a reduzir a solidão.

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