Superiores hierárquicos são os principais autores de assédio no local de trabalho

De acordo com o estudo desenvolvido pelo Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP, 16,5% da população activa em Portugal já foi vítima de assédio moral pelo menos uma vez e 12,5% já sofreu de assédio sexual durante a vida profissional.

Segundo dados preliminares da pesquisa “Assédio Sexual e Moral no Local de Trabalho em Portugal, coordenada pela professora Anália Torres, as mulheres são as principais vítimas tanto de assédio moral (16,7%) como de assédio sexual (14,4%) no local de trabalho. Os homens também são vítimas destas formas de assédio, no entato, mais sobre a forma de moral (15,9%) do que sexual (8,6%).

Os principais autores destes abusos são na maioria dos casos patrões, superiores hierárquicos e chefes directos. Em termos de assédio moral estes representam 83,1% dos autores de distúrbios para os homens e 82,2% para as mulheres. Avaliando abusos sexuais, 44,7% das pessoas do sexo feminino apontam também o superior hierárquico ou chefe directo como principal autor, valor que desce para os 33,3% por cento nos homens. Surgem depois os colegas, com 26,8% para as mulheres e 31,1% para os homens, e por fim os fornecedores e utentes com 25,1% e 29,2% para trabalhadores do sexo feminino e masculino, respectivamente.

O estudo desenvolvido no CIEG – Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e que inquiriu 1 801 indivíduos, revela que tanto para homens (38,2%) como para mulheres (41,8%) a situação mais recorrente de assédio moral é serem alvo de situações de stress com o objectivo de levar ao descontrolo.

Em termos de assédio sexual, existem algumas diferenças de género. Os homens dizem ser alvo de perguntas intrusivas e ofensivas acerca da sua vida privada (22,9%), de piadas e comentários ofensivos sobre o seu aspecto ou olhares insinuantes que os fazem sentir ofendidos (14,6%). Já as mulheres afirmam que as situações mais marcantes estão relacionadas com aproximações físicas: olhares insinuantes que as fazem sentir ofendidas (23,5%) e contactos físicos não desejados (20,1%).