Tem pouca experiência profissional e está desempregado? Estas áreas estão a apostar em talento jovem e asseguram salários a partir de 1000 euros

Em Março, a taxa de desemprego entre os jovens era de 23%, três vezes superior à média nacional de 6,5%. No entanto, para Rita Simões, National Manager | CCenter & Shared Services da Kelly Services «o desemprego jovem não é um problema da pandemia, é um problema que a pandemia agravou». 

 

A responsável de recrutamento da consultora de RH lamenta que, apesar de esta ser «uma das gerações academicamente mais formadas», é também uma em que «os jovens acabam por ficar mais vulneráveis muitas vezes devido ao seu vínculo contratual e à sua menor experiência profissional». Torna-se, por isso, cada vez mais premente planear o futuro:

  • Áreas tecnológicas, financeiras, de marketing ou recursos humanos estão a apostar em talento jovem
  • Salários nestas áreas começam nos 1000 euros mês para jovens talentos
  • Procuram-se perfis criativos, flexíveis, resilientes e com capacidade de adaptação e trabalho em equipa
  • Fluência noutros idiomas, acções de voluntariado, actividades extracurriculares e hobbies são analisados

 

Se, para uns, a pandemia trouxe limitações, para outros trouxe oportunidades. É o caso das áreas tecnológicas, financeiras, marketing e recursos humanos, onde mais facilmente se abrem «portas de entrada para muitos jovens da vida profissional» e se propiciam «oportunidades para ganhar experiência profissional», até porque, realça Rita Simões, «o conceito de emprego mudou, já não se procura emprego para a vida».

Segundo a Rita Simões, a aposta no talento jovem e com menor experiência é mais propícia do que nas restantes, especialmente nas áreas das tecnologias, onde existe uma enorme escassez de profissionais, razão pela qual têm sido criadas academias para ajudar a formar cada vez mais profissionais e suprir esta necessidade, pelo que mesmo sem experiência prévia, existe a possibilidade de os jovens apostarem nesta carreira.

E acrescenta «o mesmo acontece nas engenharias, onde a procura por profissionais qualificados continua em alta. Adicionalmente, Centros de Serviços Partilhados, que operam a partir de Portugal para o resto do mundo apostam muito em talento jovem. Muitas das vagas na área Financeira, em Compras ou RH têm sido preenchidas por jovens talentos com pouca ou nenhuma experiência profissional, pois estas empresas apostam no crescimento profissional e valorização das soft skills».

É de realçar também que, nestas áreas, jovens com pouca experiência profissional podem desde logo contar com as bases necessárias para se iniciarem na fase adulta de forma autónoma. A National Manager | CCenter & Shared Services da Kelly Services refere «se falarmos em empregos nas áreas Financeira, RH ou Compras, para candidatos sem experiência profissional, começam a rondar os 1000 a 1200 euros mensais. Nas áreas tecnológicas os vencimentos são mais elevados. A escassez de profissionais e o aumento na sua procura disparou os vencimentos estes perfis. Os vencimentos dependem naturalmente das áreas, mas são sempre salários acima da média dos outros sectores».

No que toca ao perfil humano dos candidatos, características como capacidade de adaptação, resiliência, flexibilidade, criatividade, aptidão para trabalhar em equipa – mas também autonomia – são transversalmente valorizadas em qualquer empresa que procure talento jovem. Também a empatia, embora não seja requisito obrigatório a certos perfis, é um nice-to-have.

Existem, ainda, pormenores da vida de cada um que podem fazer a diferença no momento de conseguir o primeiro emprego ou uma aposta a longo prazo por parte de quem contrata. «O voluntariado é um dos mais valorizados. Apoiar uma causa e oferecer o nosso tempo à mesma é algo inestimável», aponta desde logo Rita Simões, referindo também que «cursos de idiomas estrangeiros, nomeadamente francês, italiano ou alemão, sem descurar o Inglês, que é vital nos dias de hoje» são igualmente valorizados. Por fim, «candidatos que tenham tido a possibilidade de viajar, ou que tenham actividades desportivas, associativas ou até mesmo os próprios hobbies são também importantes, visto que são uma expressão da própria pessoa».

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