Teresa Abecasis, Galp. «O modelo remoto é o futuro. Mas é preciso testar como deve ser aplicado»

Na XXI Conferência Human Resources, Teresa Abecasis, directora de Recursos Humanos da Galp, destacou a mudança que as empresas têm vindo a viver e a consequente criação de novos modelos de trabalho. E partilhou o exemplo da energética portuguesa.

Por Margarida Lopes | Foto Nuno Carrancho

 

Teresa Abecasis iniciou a sua intervenção sobre “A energia da mudança” chamando a atenção para a realidade com que as empresas têm vindo a ser confrontadas. «A mudança sempre fez parte da realidade dos executivos e das empresas mas tem ganho cada vez mais relevância».

A responsável destacou que «a Galp vive uma mudança por causa da pandemia COVID-19, mas o sector da energia também está a mudar estruturalmente. A energética já é hoje uma empresa muito diferente do que era há 10 ou 20 anos atrás, está ser feita uma jornada muito grande de transformação».

A energética foi chamada a reagir em Março de 2020, tendo colocado 2500 pessoas a trabalhar a partir de casa. Destes colaboradores, 95% disseram que mantiveram contacto muito próximo com os seus managers e 97% com os seus pares.

«Uma das grandes preocupações da Galp foi acompanhar o estado das pessoas e por isso foram feitos uma série de questionários e 92% dos colaboradores disserem que estavam  satisfeitos com esta forma de trabalho e 77% queriam continuar a trabalhar assim o que fez a Galp repensar o seu modelo», salientou Teresa Abecasis.

Já em relação à saúde mental e bem-estar, a Galp reforçou o seu programa de bem-estar com aulas de ioga e ginástica online, sessões de mindfulness e consultas de nutrição para ajudar as pessoas a colmatar alguns dos desafios de estar permanentemente em casa.

A responsável constatou que «a visão da energética foi tirar o máximo partido do que se estava a viver e por outro lado criar um modelo de trabalho operativo. O modelo operativo passa por definir as regras e princípios que vão orientar a forma como se vai trabalhar, as ferramentas e quais as experiências que vão ser feitas para conseguir validar este modelo.

Não foi fácil para Galp criar este modelo porque está presente em diversas geografias em que a pandemia estava em diferentes níveis, mas a energética entendeu que existe um conjunto de vantagens independentemente do tempo e da geografia. «A primeira é a atracção do talento, existe talento que vai exigir este modelo de trabalho. O segundo ponto foi a flexibilidade que permite criar um work life balance mais equilibrado. O terceiro ponto foi dar autonomia e permitir que as pessoas definam a sua forma de trabalhar. O quarto ponto foi a possibilidade de com este modelo pôr os recursos no sítio certo, usar o escritório ou casa quando é mais conveniente. Por último, fazer uma optimização dos recursos», explicou Teresa Abecassis.

Para a directora de Recursos Humanos da Galp não há dúvidas de que o modelo remoto é o futuro. Existem sim dúvidas de como deve ser aplicado e por isso foram testados projectos-pilotos. «Neste momento a Galp tem um modelo híbrido, flexível que utiliza espaços construídos de forma diferente. Pensar no escritório como sendo o novo off site, o escritório da Galp vai ter sítios diferente, onde será possível fazer a ideação com as equipas».

Teresa Abecasis fez notar que este processo reposicionou o propósito da Galp para o futuro. O novo propósito da Galp assente em três pilares:

1. Rever e reformular o portefólio de negócios;

2. Restabelecer e reinventar relações com parceiros externos;

3. Reenergizar as nossas pessoas;

 

«A Galp entende criar um modelo que permite às pessoas em conjunto com o seu manager organizar o seu trabalho, inclusive estar em casa em Portugal ou fora. Obviamente que há valores que a Galp quer passar como criatividade, cultura e inovação são valores que movem e que se constroem em conjunto e por isso a energética diz de forma indicativa que as pessoas devem ir dois dias ao escritório», constata a directora de Recursos Humanos da Galp.

Teresa Abecasis concluiu a apresentação com um vídeo que mostra como o novo propósito cria uma Galp diferente, que vai reduzir as emissões de CO2, que vai mudar a forma de como se trabalha, através da capacitação as equipas e regenerar o futuro.

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