Tóquio vai apostar na semana de trabalho de 4 dias e permitir que algumas pessoas trabalhem menos horas por dia. Tudo com um objectivo específico

À medida que várias empresas aderem a experiências com semanas de trabalho de quatro dias, uma metrópole internacional aposta que o trabalho flexível vai beneficiar mais do que apenas trabalhadores sobrecarregados, revela a Fortune.

O governo de Tóquio vai começar a permitir que os colaboradores trabalhem quatro dias por semana a partir de Abril do próximo ano. Isso é particularmente relevante considerando que a organização é um dos maiores empregadores do país. Está também a reforçar os benefícios da licença parental, permitindo que algumas pessoas trabalhem menos horas por dia, de forma a equilibrar melhor as suas responsabilidades domésticas.

«Vamos continuar a rever os modelos de trabalho de forma flexível para garantir que as mulheres não têm de sacrificar as suas carreiras devido a acontecimentos de vida como o nascimento ou a educação dos filhos», disse a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, num discurso recentemente, noticiou o Japan Times.

Tal como outros países do mundo, actualmente o Japão regista baixas taxas de natalidade e oito anos consecutivos de diminuição do número de nascimentos contribuíram para o receio de uma quebra da população, o que poderá ter impacto na economia. O governo lançou todo o tipo de soluções possíveis, mas o cerne do problema será uma combinação de uma cultura de trabalho árduo e de uma grande disparidade de género. De acordo com um relatório de 2024 do Fundo Monetário Internacional, as mulheres japonesas realizam cinco vezes mais trabalho não remunerado do que os homens, que inclui o cuidado de crianças e idosos.

A promessa do trabalho remoto atrai todo o tipo de trabalhadores. Um estudo acompanhou colaboradores no Reino Unido que trabalhavam quatro dias por semana demonstrou que o turnover diminuiu e a saúde física e mental melhorou. Outro estudo realizado na Alemanha descobriu que os trabalhadores com esse modelo dormiam mais e sentiam-se menos stressados ​​​​do que os seus pares.

Por isso, todos os olhos estão postos em Tóquio para ver como funciona a experiência – e o que isso pode significar para todos os outros.

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