Três áreas críticas (essenciais) para as empresas europeias diminuírem a lacuna de produtividade em relação às empresas norte-americanas e asiáticas

O estudo da Accenture “Bold Moves in Tough Times” revela que existe o risco dos executivos europeus serem excessivamente cautelosos em relação à forma como se preparam para a recuperação, em comparação com os da América do Norte e Ásia-Pacífico.

 

Especificamente, os executivos europeus aparentam:

  • Foco na inovação incremental, em vez de revolucionária: de acordo com o estudo, mais da metade (53%) dos entrevistados europeus assumiram uma diminuição dos investimentos em inovação, afirmando que não vão relançar nenhuma iniciativa nos próximos seis meses, em comparação com 33% dos inquiridos na América do Norte e 49% na região Ásia-Pacífico.
  • Investimento insuficiente no futuro dos negócios: na Europa, apenas uma em sete empresas (16%) apresenta investimentos em iniciativas que permitam uma maior agilidade para a recuperação, em comparação com uma em cada quatro (25%) na Ásia-Pacífico e uma em três (34 %) na América do Norte.
  • Menor probabilidade de colaborar em prol da recuperação: Os líderes de negócio na Europa têm menor probabilidade de colaborar com outras empresas para mitigar o impacto da crise e acelerar a recuperação do que os da América do Norte e Ásia-Pacífico (48% dos europeus, em comparação com 53% na América do Norte e 55% na Ásia-Pacífico).

 

Para Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture na Europa, é fundamental que os líderes empresariais da Europa  comecem a «reinventar-se para a sobrevivência num mundo pós-COVID-19. Este é o momento para pensar e agir de forma diferente e assumir riscos equilibrados que permitam a criação de resiliência a longo prazo. É urgente que se renovem modelos de crescimento capazes de se adaptar ao que chamamos de ‘novo normal’.»

Assim, o relatório da Accenture destaca áreas críticas nas quais «as empresas europeias precisam de se concentrar para diminuir ou mesmo anular a lacuna de competitividade com os seus pares norte-americanos e asiáticos»:

  • Acelerar o ritmo de transformação digital: as empresas com recursos digitais mais avançados mostraram-se mais resilientes durante a pandemia. Estas soluções permitiram a adaptação das suas equipas para trabalho remoto, o ajuste das suas cadeias de fornecimento e adequação rápida e em grande escala a novas formas de compra. Os executivos europeus veem claramente a necessidade de aumentar a velocidade da transição digital, salientado por dois terços (63%) dos inquiridos que referiram que as suas empresas vão acelerar a transformação digital.

 

  • Criar experiências para consumidores cada vez mais responsáveis: Os hábitos de compra durante o confinamento imposto pela COVID-19 levou a que os consumidores fizessem compras mais conscientes e migrassem massivamente para os canais online – uma realidade que permanecerá no mundo pós-pandemia. Neste sentido, «as empresas vão precisar de fornecer uma experiência completa – que traga os clientes no início, durante o estágio de inovação, e continue com os processos de vendas e serviços». Quase dois terços (62%) dos líderes empresariais europeus, num grupo de dirigentes de indústrias de bens de consumo, identificam a oportunidade de se desenvolverem hábitos de compra cada vez mais orientados por critérios sociais e ambientais.

 

  • Aproveitar a tecnologia para reinventar o sector industrial: destacando-se no estudo que «a COVID-19 desencadeou debates sobre a necessidade das empresas trazerem as operações de volta aos seus mercados internos», ressalva-se que «a ‘re-localização’ pode não ser uma boa solução para o ‘renascimento industrial’ europeu». E defende-se: «Para criar resiliência operacional de longo prazo, reinventar os seus modelos de negócios e criar novos fluxos de receita, as empresas devem aproveitar tecnologias digitais avançadas, como modelagem preditiva, gémeos digitais e computação de ponta, entre outras.» Com 42% dos entrevistados europeus a planearem acelerar o investimento em transformação digital, em comparação com apenas 32% e 30% na América do Norte e na Ásia, respectivamente, «há uma oportunidade para as empresas europeias assumirem a liderança no sector industrial».

 

 

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