Ir além do óbvio

Num comentário aos resultados da XXVII edição do Barómetro Human Resources, Ricardo Nunes, head of People & Organization da Novabase, reconheceu que «o propósito tem que ser dinâmico pela razão óbvia de que o mundo e todos nós estamos numa mudança constante».

 

«A definição de um purpose e a respectiva comunicação a todos, pode ser um dos maiores desafios das organizações, e também uma das suas mais decisivas tarefas, uma vez que constitui um dos principais pilares de qualquer empresa. Não acredito, no entanto, que se devam gastar horas a pensar como vamos definir ou estruturar tão grande objectivo. Sou antes um defensor de uma espécie de descoberta natural, não obsessiva, mas sem nunca esquecer que o purpose tem que funcionar tanto internamente como para o exterior da organização, e sempre de forma inclusiva. Por fim, mas não menos importante, o purpose tem que ser dinâmico pela razão óbvia de que o mundo e todos nós estamos numa mudança constante. Mas mesmo quando atingimos esse modelo quase “perfeito” (será que existe?) não nos podemos esquecer que vivemos uma época em que os profissionais de Tecnologias de Informação são escassos, e que este desafio vai aumentar. Perante tal cenário, não devemos ignorar nem esconder que atravessamos uma guerra para atrair e manter talento nas nossas organizações. E, como em qualquer “guerra”, temos também aqui que ter uma estratégia para descobrir as razões que fazem mover e mudar tão valioso capital humano. As mais óbvias estão identificadas: condições financeiras e a evolução na carreira/desafios. Mas temos que ir para além destas razões básicas e encontrar as motivações mais pessoais, e estas podem passar pela conciliação família/trabalho, mobilidade, flexibilidade de horário, local de trabalho e tantas outras ainda mais específicas. Em conclusão, este barómetro reflecte em muito os pensamentos anteriores, mas insisto que, num mundo em tão rápida mutação, a nossa única opção é a constante reinvenção. Caso contrário, podemos ficar apeados numa estação qualquer deste comboio em contínuo andamento.»

Este testemunho foi publicado na edição de Setembro da Human Resources, no âmbito do XXVII Barómetro.