“Conversa de Presidentes”

Este momento contou com a participação de Ângelo Ramalho, presidente da Efacec, e Paula Panarra, presidente da Microsoft Portugal, conduzidos por Fernando Neves de Almeida, CEO da Boyden Portugal.

 

Fernando Neves de Almeida assume que começou o seu percurso como programador, ainda assim hoje volvidos cerca de 30 anos, e com a evolução da Era Digital, sente-se em parte excluído nestas matérias. Acrescenta que como todas as revoluções, pela rapidez com que ocorrem, têm coisas boas e más. E remete a questão para os presidentes: «Com esta proliferação de soluções, onde é que pode haver um problema de falta de coração?».

Paula Panarra responde: «Uma das principais características que a nova Era trouxe foi a personalização. A quantidade de informação e o pouco tempo para a “digerirmos” fez com que a tecnologia acabasse por permitir uma utilização mais personalizada. É uma Era com muita informação, computarização, capacidade em tempo real, tudo isto feito de pessoas para pessoas».

Ângelo Ramalho salientou que a questão de fundo não é a tecnologia, que é só um enabler, mas sim as pessoas. «No fim do dia, o que todos procuramos é crescer e gerar valor, para todos os stakeholders. E a tecnologia é a ferramenta que usamos para lá chegar.» Destaca ainda que hoje vivemos a convergência de dois vectores principais: «a realidade de que dispomos da melhor tecnologia de sempre, sendo possível fazer quase tudo do ponto de vista da sensorização, e a necessidade de proximidade ao cliente, relacionada com a produtividade».

A robotização e a destruição de postos de trabalho por esta via foi outro dos temas lançados a debate por Fernando Neves de Almeida. Paula Panarra defende que existirão transformações. «Há uma criação de novas profissões e novas competências. Há quatro áreas que irão sofrer alterações: a modernização dos postos de trabalho, no sentido de se tornarem mais móveis; a optimização de operações; a proximidade com o cliente e o consumidor; e o aparecimento de novos produtos e serviços. Em todas estas áreas são necessárias novas competências».

Já Ângelo Ramalho realça que os relatórios sobre digitalização apontam no sentido da criação de valor e de emprego e não o inverso, ainda que haja naturalmente uma mudança de paradigma que vai exigir que os líderes se reposicionem e capacitem as suas pessoas. «A diferença está nas pessoas, que estarão cada vez mais capacitadas», acredita. «Há sempre um lado negro porque nem todos vão conseguir alcançar a meta com a mesma velocidade, mas isso sempre existiu».

Em relação ao bright side do digital, Paula Panarra assegura que a tecnologia traz mais coração e conexão. «O quebrar de uma data de barreiras na cadeia de valor vai fazer com que as emoções ganhem um papel fundamental».

Ângelo Ramalho defende que esta nova era Digital é uma oportunidade, inclusive para a própria Efacec que ainda tem um longo caminho a fazer. «Não vamos perder esta oportunidade e todo o potencial que temos. É só olhar para ele e desenvolvê-lo.»

 

Acompanhe a reportagem do que se passou na íntegra na edição de Abril da revista Human Resources.

 

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