Lições de gestão de Catarina, a Grande

Catarina II, mais conhecida como Catarina, a Grande. foi Imperatriz da Rússia de 1762 até à sua morte. O site Etalent reuniu as mais importantes lições de gestão que podemos retirar do seu governo.

A imperatriz nasceu na Alemanha e foi baptizada como Sofia Frederica Augusta. Converteu-se à Igreja Ortodoxa Russa e casou-se com o grão-duque Pedro Feodorovich, da dinastia Romanov, em 1745. O seu marido ascendeu ao trono russo em Janeiro de 1762, como Pedro III. Catarina organizou um golpe de Estado que o tirou do trono em Julho, tendo Pedro morrido alguns dias depois supostamente assassinado.

Catarina II iniciou seu reinado com duas desvantagens distintas: era uma estrangeira dependente da corte que a colocou no poder, o que a deixava numa posição delicada entre os seus apoiantes e inimigos; era uma mulher num cargo de liderança num mundo dominado por homens. No entanto, a monarca presentava características significativas de liderança no seu perfil: era altamente inteligente e possuía skills políticas e possuía um timing sem igual. Conseguia ser tão cruel como qualquer homem e, no entanto, quando necessário, exercia o autocontrole e sabia como manipular pessoas e seguir conselhos, demonstrando uma enorme vontade e uma tremenda capacidade de trabalho, sempre bastante focada nos resultados.

Catarina II e as suas lições 

O que uma mulher que viveu há 250 anos tem para nos ensinar sobre o mundo corporativo? Catarina era uma visionária. Exerceu uma série de acções relacionadas com o seu talento natural que a levaram a ter sucesso na gestão de uma das maiores máquinas estatais do mundo. Vejamos alguns desses pontos:

  • Busca pelo autoconhecimento
    Quando chegou a Rússia, ainda como Sofia, tinha pleno conhecimento dos seus pontos fortes: influência, objectividade, foco nos resultados e auto-motivação. Utilizou isso para suprir os seus pontos fracos como: ser uma estrangeira, não dominar a língua, não ter muito aliados (naquele momento), não ter familiaridade com os costumes e cultura do país. Com isso, ela tomou consciência da sua situação e, sabendo que a travessia teria um custo, desenhou a situação desejada. Podemos trazer essa travessia para o mundo corporativo: vejamos aqueles novos momentos de carreira, nos quais não sabemos muito bem como agir. Ou, quando sabemos exactamente qual o cargo que queremos atingir, mas ainda não conhecemos o nosso “eu” profundamente, então não podemos dar aquele passo a mais. É fundamental procurar conhecer a nossa situação actual, os nossos pontos fortes e fracos, quais recursos de que dispomos no momento, desenhar a nossa travessia e executá-la na próxima etapa.
  • Investir tempo rumo ao autodesenvolvimento
    A partir do momento em que Catarina reconheceu a sua situação actual e sabia dos seus pontos fortes e fracos, escolheu aqueles pontos que precisavam de ser melhorados e começou a agir. Aprendeu um novo idioma com mestria, habituou-se a costumes e valores, percebeu como era a cultura e como as pessoas se relacionavam e tomou decisões. O que isto a ver com o mundo corporativo? Precisamos entender quais os conhecimentos, as skills e os comportamentos que precisam ser desenvolvidos para atingirmos um resultado determinado. Sabemos que conhecimentos, comportamentos e skills bem trabalhados fazem a diferença.
  • Saber fazer as alianças certas
    Catarina sabia que, para chegar onde queria, precisaria fazer alianças poderosas. Trocava cartas com confidências, conselhos e apoio mútuos com os filósofos, o que garantiu o início de uma revolução cultural do Império Russo perante o Ocidente. No mundo corporativo não é diferente. Precisamos investir na nossa rede de relacionamentos e ter em mente que uma empresa é composta por pessoas. Esse é o maior activo que se pode ter. Tanto na esfera corporativa, quanto na esfera pessoal são as pessoas que fazem a diferença.  Mantenha firme as suas relações pessoas e interpessoais. No momento adequado, uma dessas pessoas da sua rede vai abrir as portas para o seu próximo passo e vice-versa.
  • Trabalhar a autoconfiança
    A imperatriz sabia que tinha capacidades de gestão, era confiante e não hesitou em criar novos procedimentos e acordos que a ajudassem na sua missão de expandir e desenvolver a Rússia. Sabemos que é preciso ter confiança no trabalho que estamos a desenvolver. Para se ter confiança é necessário dominar o assunto que está a trabalhar, mesmo que seja preciso repetir várias vezes até que se torne natural.
  • Capacidade para liderar
    Mesmo tendo sido alvo dos críticos em relação à sua vida pessoal, onde foi apontada como promiscua, Catarina sempre se manteve neutra em relação a essas acusações. Outro ponto que marcou o seu governo foi o aumento da burocracia: as tentativas de modernizar a gestão da Rússia não combinavam com o tamanho do Estado, que chegou a empregar 2,8 milhões de pessoas. Em contrapartida a todos esses problemas, Catarina ampliou o território russo, urbanizou o país e separou o Estado da fé.