Quase 3000 destes profissinais portugueses pediram certificados para trabalhar no estrangeiro

Numa década, entre 2014 e 2023, 2609 arquitectos solicitaram à Ordem dos Arquitectos (OA) certificados para a prática da profissão no estrangeiro. Este valor equivale a mais de 10% do total de inscritos activos nesta ordem profissional. No mesmo período, 510 estrangeiros pediram admissão à OA.

Estes dados foram revelados pela OA na semana em que se realizou, na sua sede, em Lisboa, a reunião da ENACA – European Network of Architects’ Competent Authorities, entidade que apoia o acesso dos arquitectos à profissão nos países europeus, possível através do reconhecimento das competências e qualificações.

De acordo com os dados coligidos pela OA, salienta-se uma profissão em que 51% dos membros tem menos de 40 anos, 46% são mulheres e que teve um crescimento acelerado no século XXI, com a duplicação em 20 anos do número de membros inscritos.

Relativamente a saídas de arquitectos para o estrangeiro, a OA assinala que o ano de 2014 foi aquele que registou o maior número de solicitações de certificados para a prática no estrangeiro (535). Desde então, ocorreu uma tendência descendente em quase todos os anos – com uma média anual de 260 arquitectos que manifestaram a intenção de exercer lá fora.

O Reino Unido foi o destino com mais indicações dessa intenção, de acordo com os dados recolhidos pela Ordem dos Arquitectos. Angola e Brasil que estavam entre os 5 países mais procurados nos primeiros anos deste período em análise, deixaram, entretanto, esse top, que agora inclui apenas países do continente europeu.

Até 30 de Setembro do corrente ano, 85 arquitectos solicitaram este certificado para prática no estrangeiro – um valor que corresponde a cerca de 10% do total de novos arquitetos inscritos anualmente na Ordem. Estes dados não correspondem ao número de arquitetos portugueses que trabalham no estrangeiro, mas sim aqueles que solicitaram a certificação com esse intuito.

Em sentido contrário, numa década, 510 arquitectos estrangeiros pediram para ser admitidos na Ordem dos Arquitectos em Portugal. Só neste ano de 2024, o número de solicitações ascende já às 104, um valor muito superior a qualquer um dos anos da década passada.

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