Inflação leva empresas portuguesas a ajustar aumentos salariais para 2024 e apostar noutras formas de atrair e fidelizar talento

Prevê-se que os orçamentos salariais dos trabalhadores portugueses diminuam em 2024, após um pico de aumento salarial este ano. De acordo com o mais recente Salary Budget Planning da WTW, os empregadores de Portugal estão a orçamentar um aumento médio de 3,9% em 2024, abaixo do aumento médio de 4,2% em 2023. Em 2022 e 2021 o aumento médio foi de 3.2% e 2.1%.

A pressão inflaccionista é o principal factor que influencia as alterações nos orçamentos salariais, citada por quase três quartos (71,3%) dos empregadores portugueses inquiridos, seguida de perto pelas preocupações com um mercado de trabalho mais restrito (46,7%). Outros factores que levam a alterações nos orçamentos salariais incluem a previsão de recessão ou de resultados financeiros mais fracos (22,2%), preocupações relacionadas com a gestão de custos (19,2%) e as expectativas dos trabalhadores (18%).

De acordo com o inquérito, atrair e reter trabalhadores continua a causar dificuldades a quase metade (40%) dos empregadores (à semelhança do ano passado, 44%), e (33%) prevêem as mesmas dificuldades no próximo ano.

Em resposta a estas pressões contínuas, as organizações estão a tomar medidas para atrair e reter talentos. Um terço (30%) aumentou os salários iniciais e pouco mais de um terço (32%) iniciou uma revisão completa da remuneração de todos os trabalhadores.

Outras medidas que foram tomadas incluem salários base mais elevados para todos os trabalhadores (29%), contratação de pessoas em escalões salariais relevantes (25%), aumentos de salário base direccionados (26%) e maior utilização de prémios de retenção (22%).

O estudo indica que também estão em curso acções não monetárias para atrair e reter talentos. Mais de metade (57%) dos inquiridos introduziram mais flexibilidade no local de trabalho. A mesma percentagem (57%) alargou a sua ênfase nas políticas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão). Segundo o estudo, 35% dos inquiridos tomaram medidas para melhorar a experiência dos seus empregados.

Outras mudanças efectuadas incluem a alteração dos benefícios de saúde e bem-estar (27%), a modificação dos programas de compensação (22%) e o aumento das oportunidades de formação (21%).

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