A Propósito do Dia Internacional da Mulher!

Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy

Ao lermos, ouvirmos, vermos as notícias diárias interrogamo-nos onde anda a inteligência humana! Será que caiu na fossa marítima mais profunda ou se esfumou no espaço, derivado de qualquer fenómeno estranho? Certamente nunca existiram tantos estudos, tantas estatísticas, tantas conclusões. Frequentemente somos inundados de cartas de intenções, compromissos e planos de ação. E no momento em que se comemora mais um Dia Internacional da Mulher ficamos constrangidos de divulgarmos números, já que os mesmos revelam algo de assustador. Se existem evoluções? Mal seria que não existissem! Mas são tão ténues… já para não falarmos em regressões em certas Sociedades.
Tudo começou em 1909! Estamos em 2023! Sim 114 anos depois, tudo continua a ser discutido. Nem mesmo com a entrada em vigor da Resolução da ONU, a 1 de janeiro de 2016, da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, cujo quinto objetivo é muito específico sobre a Igualdade de Género, se sente que muito tenha sido realizado. Neste particular, existem metas muito claras: acabar com todas as formas de descriminação, eliminar todas as formas de violência nas esferas pública e privada, garantir a participação plena e efetiva e igualdade de oportunidades para a liderança, assegurar o acesso universal em tantas matérias da vida quotidiana, nomeadamente quando analisamos taxas de desemprego, já para não falar ao nível de salários. E ficamos pasmados, quando, em certos Países, até se veda o acesso das mulheres à Educação.
Estas e tantas outras preocupações, porque tudo é sinérgico, recai no papel da Mulher. Enquanto tal, globalmente, mas enquanto Mãe, enquanto Profissional e em tantos outros papéis do quotidiano, em que muitas vezes é sobre si que impacta os resultados nocivos de qualquer guerra, da fome, do desemprego, da pobreza em geral. Muitas reinventam-se nos campos de refugiados, protelando uma sobrevivência incerta, outras choram os seus entes mais próximos, vítimas de agressões inusitadas, outras engolem o assédio e a violência, para garantirem o mínimo de subsistência.
O otimismo que melhores dias virão não compaginam com o que os media nos transmitem: assistimos, todos os dias, na insistência de que a inteligência humana se esvaiu. Os que se acham com uma espécie de poder divino tentam usar a arma da chantagem e… ameaçam! Outros acham que o seu tempo de desenvolvimento económico chegou, aproveitando fatores belicistas, crises energéticas e climáticas e a inflação. Tal como a tragédia de um sismo resulta de um reajustamento das placas tectónicas, vamos acreditar que estamos numa ordem mundial de reajustes e que, terminado este terramoto de conflitos e de desagregação, mesmo social, o mundo se transforma para melhor.
Peritos internacionais independentes, consideram Portugal um dos países mais sustentáveis do mundo. Mas não podemos ficar indiferentes a tudo o que tem feito manchete nos media nos últimos dias, em toda a espécie de organizações da nossa Sociedade. Há quem afirme que se o mundo fosse governado por mulheres, teríamos um mundo melhor. Tentemos que, pelo menos, a igualdade de género, em toda a linha, seja uma realidade! Em Portugal, há algum caminho já realizado. Curto e lento, mas com perspetivas de evolução. Todos somos atores da Transformação e, como tal, responsáveis. O Dia Internacional da Mulher pode significar MATER… de um novo futuro!