Criação de empresas diminui 7% em Setembro

No passado mês de Setembro, foram criadas 3422 empresas em Portugal, que representa uma quebra de 7% em relação ao período homólogo. No acumulado de Maio a Setembro, foram constituídas 14.523 novas empresas, o equivalente a uma queda de 19%. De acordo com os dados da Informa D&B, o comércio electrónico regista o maior aumento na criação de novas empresas.

 

O Retalho e a Agricultura e outros recursos naturais são os dois sectores que já apresentam uma recuperação mais consistente na criação de novas empresas desde o fim do Estado de emergência, ou seja entre Maio e o final de Setembro deste ano, face a igual período de 2019.

No retalho, que tinha começado o ano com um recuo face aos meses homólogos, são as empresas de vendas à distância (comércio a retalho por correspondência ou via internet) que estão a ser responsáveis por grande parte deste crescimento, com 275 novas empresas a serem criadas desde Maio, quase o dobro do que no período homólogo.

Depois de uma queda muito significativa na constituição de novas empresas em Março e Abril, é visível uma recuperação na dinâmica empresarial que, no entanto, não é igual para todos os sectores. Entre Maio e Setembro, apenas o Retalho e a Agricultura e outros recursos naturais registam maior número de constituições de empresas que em 2019, mas em setembro metade dos sectores já supera o número de empresas criadas no mesmo mês do ano passado.

Os sectores dos Transportes e das Actividades imobiliárias são os mais penalizados, registando em setembro as maiores quedas face ao período homólogo, respectivamente 73% e 12%.

 

Transportes é o sector com mais encerramentos
Nos encerramentos de empresas, o sector dos transportes é o único a registar um valor mais elevado do que em 2019. Esta subida, ainda que ligeira (+44) deve-se ao aumento dos encerramentos nas empresas de transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros.

Desde Maio, já foram encerradas 4 740 empresas, com a tendência a mostrar-se semelhante à do início do ano, -10% em Janeiro e Fevereiro e de -16% entre Maio e Setembro.

 

Insolvências ao nível do início do ano
Desde Maio até 30 de Setembro, as novas insolvências (+12%) mostram tendências semelhantes aos do início do ano (+11%). Neste período, os valores são semelhantes aos do ano passado na maioria dos sectores de actividade, mas com alguns setores a apresentar já uma subida dos novos processos de insolvência, como é o caso do Alojamento e Restauração (total 146 ; +73 que em 2019) em especial no distrito de Lisboa, Serviços Gerais (total 103; +35 casos) e Indústrias (total 266; +26 que em 2019).

A Indústria mantém-se com o maior número de insolvências em termos absolutos. Na totalidade do tecido empresarial, registaram-se 1 770 novas insolvências desde o início de 2020, o que representa um crescimento de +6,9% face a 2019 (+114 casos).

Os números de encerramentos e insolvências até final de setembro deverão ser entendidos à luz das medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas e, por outro lado, ao facto de estes processos serem normalmente demorados e, no caso das insolvências, envolverem os tribunais, cuja atividade foi afectada durante a pandemia.

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