O mundo digital traz limitações

Os profissionais afirmam que se tornou mais difícil ouvir no trabalho e isto devido ao mundo digital. É uma das conclusões do estudo #ListenLearnLead da Accenture.

A pesquisa que incluiu 3600 inquiridos em 30 países demonstra que, embora quase todos os profissionais (96%) se considerem bons ouvintes, a grande maioria (98%) passa a maior parte do tempo laboral a gerir várias tarefas em simultâneo.

Enquanto 66% dos inquiridos concordaram que o multitasking permite ter melhores resultados no trabalho, mais de um terço (36%) afirmaram que existem demasiadas distracções a impedir que atinjam o seu melhor, o que resulta em falta de atenção, redução da qualidade do trabalho e diminuição nas relações com a própria equipa. Este estudo da Accenture também revela que a maioria dos inquiridos (58%) acredita que a tecnologia permite que os líderes comuniquem com as suas equipas de forma mais rápida e fácil, sendo mais flexível para as equipas trabalharem a partir de qualquer espaço e a qualquer hora (47%), tendo ainda aumentado a acessibilidade (46%).

 Adicionalmente, mais de 7 em 10 inquiridos (71%) acredita que o número de mulheres com o cargo de Chief Technology Officer irá crescer até 2030. Mais de metade dos entrevistados (52%) diz ainda que as organizações onde trabalham preparam cada vez mais as mulheres para cargos de gestão.

O estudo da Accenture inclui ainda as seguintes conclusões relacionadas com o mundo profissional:

  • Competências de audição. Os inquiridos valorizam bastante a boa capacidade de ouvir, particularmente antes de falar (54%), ao fazer perguntas (49%) e quando tiram notas (49%). O estudo compara ainda as respostas de três gerações: Baby Boomers, Gen Xers e Millennials – e determinou que 64% dos Millennials passam mais de metade do dia multitasking, comparativamente com 54% dos Gen Xers e 49% dos Boomers.
  • Formação no local de trabalho. 80% dos inquiridos concorda que a formação on-the-job é a forma mais eficaz de aprender no trabalho e mais importante que a formação inicial (citada por 66%). A maioria (85%) valoriza a formação da sua empresa: 42% vêem-na como uma oportunidade, 23% como uma necessidade e 32% como ambas. Mais de metade (59%) diz que a formação da empresa ajudou-os a serem promovidos ou a expandirem a sua função.
  • Liderança. Os inquiridos acreditam que, para avançar, os líderes devem aceitar novas responsabilidades (54%), continuar a aprender (48%) e orientar outros (42%). Da mesma forma, quando questionados acerca dos principais obstáculos para liderar uma equipa com sucesso, citaram a falta de competências interpessoais (50%), competências comunicacionais (44%) e falta de uma noção clara da sua função (39%).
  • Soft skills. Embora se acredite que as soft skills – comunicação eficaz, capacidade de gerir a mudança e de inspirar outros (citadas por 55%, 47% e 45%, respectivamente) – são as competências mais importantes de liderança, apenas 38% dos inquiridos afirma que as suas oferecem formação de “soft skills”, comparativamente com 53% que referem possuir formação de competências técnicas.
  • Compensação e promoções. De acordo com o estudo deste ano, houve um mesmo número de pedidos de promoção por parte de homens e mulheres, comparando com os 47% dos homens e 40% das mulheres do estudo do ano passado. Para além destes valores, houve um registo de mais Millennials a pedirem um aumento salarial (68%) e uma promoção (59%) este ano, do que houve na geração Gen X (64% e 52%, respectivamente) e Baby Boomer (59% e 51%, respectivamente).
  • Satisfação profissional. A satisfação com o actual emprego decresceu para 44%, comparativamente aos 52% de 2013. A principal razão é que os colaboradores se sentem mal pagos, mas as longas horas e o excesso de trabalho aumentou dos 20% do ano passado para 31% do ano corrente. Os Millennials são quem mais refere trabalhar demasiadas horas (33%) comparando com Baby Boomers (28%) e Gen Xers (30%).
  • Pais a tempo inteiro. Metade de todos os inquiridos (51%) respondeu que desistiria de trabalhar e que seria pai/mãe a tempo inteiro se conseguisse assegurar a sua situação financeira. No ano passado esta percentagem era inferior, representando 37% dos inquiridos.