O poder da comunicação no mundo híbrido

Por Luís Roberto, Managing Partner da Comunicatorium e Professor convidado do ISCSP-ULisboa

“A comunicação virtual aproxima quem está distante, e distancia quem está próximo”.

É sobre esta dicotomia, que teremos de gerir o poder da comunicação no mundo híbrido.

Todos nos recordamos das conversas junto à máquina do café.

Era um local procurado para encontrarmos pessoas,  resolver problemas com conversas rápidas, ou para alinhar acordos que tardavam a acontecer.

A máquina do café, era para muitos, o ponto de ligação com muitos, onde se construíam e alimentavam relações profissionais e até humanas.  Onde se comunicava.

A comunicação,  que sempre tem sido um fator determinante para as empresas que desejam ser mais inovadoras e colaborativas, acentuou-se nesta nova fase das nossas vidas.

Nesta nova realidade, é necessário estabelecer novos pontos de ligação e de colaboração, que ao longo dos últimos tempos têm vindo a ser ocupados por encontros virtuais frequentes, não deixando espaço à relação entre as pessoas.

Comunicar através de plataformas de mensagens, pode ser a forma mais simples de comunicar no imediato, e de criar uma nova espécie de interação, neste mundo híbrido.

Mas será que é suficiente ? Julgo que não!

Nos dias de hoje a preocupação com as pessoas, é grande, e passou a ser tema prioritário na agenda da gestão.

No mundo híbrido, o reforço da cultura organizativa, o foco nos valores sociais e ambientais, a diversidade e a inclusão, o equilíbrio entre a vida familiar e o trabalho,  o bem-estar físico e mental, o sentimento de pertença, e a forma como se comunica internamente, são desafios que que devem ser vistos como uma oportunidade para realinhar as estratégias de comunicação.

A segmentação do público interno em grupos  virtuais, é uma forma de comunicação eficiente, pois através dela, consegue-se garantir que as pessoas certas, recebem as informações certas.

Sou da opinião, que a comunicação interna está, mais diversity,  e mais presente na hora de planear.

E como é importante o planeamento, nesta fase em que a comunicação deve estar aberta a novas ideias, e a ter a capacidade de se ajustar com rapidez.

Comunicar com frequência, é o primeiro passo para qualquer empresa que adota o híbrido, como modelo de trabalho, a começar pelo momento em que toma esta decisão, e a comunica.

Desenvolver o sentimento de pertença junto dos colaboradores, é uma ação da comunicação interna, que promove a relação das pessoas ligadas entre si e a empresa, e que deve ser implementada na adaptação dos processos internos, a esta nova realidade.

Os níveis de engagement, estão normalmente associados a este sentimento.

Começa-se a debater hoje, sobre o tipo de comunicação a ser feita no processo de integração de novos colaboradores, que não terão contato presencial com os outros colegas da equipa, ou até mesmo com as suas chefias.

Ou, como aproximá-los,  quando simultaneamente estão a ser criadas as condições para que possam trabalhar a partir de casa.

Para manter as boas relações no mundo híbrido, é fundamental saber comunicar, mas mais importante ainda, é conhecer o poder da comunicação, e saber como usá-la nas mais diferentes circunstâncias.

É preciso não esquecer que uma comunicação interna eficaz, tem efeitos sobre a produtividade, sobre a motivação, sobre o conforto, sobre a relação entre as pessoas, e até sobre o seu comportamento.  E que os efeitos que se produzem, tendem a não ser neutros.

Eles são positivos ou negativos, consoante a comunicação é eficaz, ou não.

No mundo híbrido, “A comunicação virtual aproxima quem está distante, e distancia quem está próximo”. Dicotomia,  ou  talvez não ?

Numa coisa estaremos de acordo. Neste mundo híbrido, promover o envolvimento das equipas,  vai ser determinante para o sucesso das empresas,  e para a motivação das pessoas.

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