Quanto custa viver em Lisboa?

Lisboa está na 95.ª posição na lista das cidades mais caras do mundo, segundo um estudo global sobre o custo de vida, da consultora Mercer. Conheça outras conclusões e quais as cidades do mundo com o custo de vida mais elevado.

 

De acordo com o ranking, após uma escalada expressiva de 44 posições, no ano passado, a capital portuguesa encontra-se agora estável na tabela. Lisboa desceu duas posições, face a 2018.

Hong Kong lidera como o ranking a cidade mais cara do mundo em termos de custo de vida, mantendo a posição. Tóquio e Singapura completam o pódio. Tóquio No espectro oposto encontra-se Tunes (Tunísia), como a cidade menos cara.

Através desta análise, foi possível concluir que o preço da gasolina na cidade, por exemplo, é dos mais elevados. Por outro lado, e comparativamente com a cidade mais cara da tabela, o preço de arrendamento de um apartamento T3 nas zonas nobres de Lisboa ronda os 3.150 euros e em Hong Kong o os 12.910 euros.

Quanto à Europa, apenas uma cidade europeia se encontra no top 10 das cidades mais caras, que é Zurique (5.º), seguida de Berna (12.º). Genebra (13.º), por sua vez, caiu duas posições.

Cidades da Europa Central  e de Leste, tais como Moscovo (27.º), São Petersburgo (75.º), Praga (97.º) e Varsóvia (173.º) caíram 10, 26, 14 e 19 posições, respectivamente.

Já cidades da Europa Ocidental, incluindo Milão (45.º), Paris (47.º), Oslo (61.º) e Madrid (82.º) também caíram 12, 13, 14, e 18.º lugares, respectivamente. Estugarda (126.º) teve uma queda significativa, assim como Berlim (81.º) e Düsseldorf (92.º). As cidades no Reino Unido registaram quedas modestas, entre elas Birmingham (135.º), que caiu sete posições, Belfast (158.º) que caiu seis, e Londres (23.º) que sofreu uma quebra de quatro lugares.

«Apesar do aumento moderado de preços em grande parte das cidades europeias, as moedas europeias enfraqueceram face ao dólar, o que levou grande parte das cidades a baixar no ranking» explica Tiago Borges, líder de Rewards da Mercer Portugal, realçando que, além disso, outros factores como segurança e a preocupação com o cenário económico, tiveram impacto na região.

Em traços gerais, este estudo mostra que um conjunto de factores, incluindo flutuações cambiais, custo da inflação no que se refere a bens e serviços e a volatilidade dos preços de alojamento, contribuem para o custo geral dos “pacotes de expatriados” para colaboradores em tarefas internacionais.

Recorde-se que, de acordo com o estudo Global Talent Trends 2019 da Mercer, 65% das empresas, de uma forma transversal a todas indústrias e países, estão a utilizar programas de mobilidade para melhorar as suas estratégias no que se refere à gestão dos seus colaboradores.

«Numa economia focada no talento, movida pela disrupção digital, e com a necessidade de uma força de trabalho conectada a nível global, destacar colaboradores para diferentes localizações é um aspecto cada vez mais importante para a estratégia competitiva das empresas», faz notar Tiago Borges. Nota também que «existem inúmeras vantagens pessoais e organizacionais ao enviar colaboradores para o estrangeiro», nomeadamente o desenvolvimento de carreira, a experiência internacional, aquisição de novas competências e a relocalização de recursos”.

Acrescenta, por isso, que «o custo de vida é uma importante componente para o investimento económico numa determinada cidade». «Os decisores têm cada vez mais em conta que a globalização está a desafiar as cidades a informar, inovar e competir de forma a promover os factores que atraem as pessoas e o investimento – as chaves para uma cidade do futuro», sublinha.

O 25.º estudo anual “Custo de Vida” da Mercer teve em conta o custo de vida de 209 cidades, distribuídas pelos cinco continentes.

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