Ter pessoas equilibradas e felizes, com elas próprias e com o trabalho

No ComparaJá, o bem-estar é assumido como prioridade máxima. A ferramenta de wellness agora disponibilizada a todos os colaboradores revelou-se o passo lógico a seguir e veio também suplantar uma lacuna verificada no apoio psicológico.

 

Por Tânia Reis

 

Fundado em 2015, o comparador de preços nasceu para apoiar os portugueses na tomada de decisões informadas e conscientes nos diferentes âmbitos das suas finanças pessoais. Além da promoção da literacia financeira, o ComparaJá aposta agora na literacia em saúde mental e disponibiliza consultas de psicologia gratuitas aos mais de 100 colaboradores, numa parceria com a Team 24, empresa de serviços de bem-estar e condicionamento físico.

Sofia Croft, head of People & Culture da startup, explica que, ainda que «não tenha havido qualquer caso na empresa a desencadear a necessidade de criar semelhante parceria» – até porque sempre tiveram «um foco real e assertivo nesta questão» –, o «bem-estar de todos os colaboradores é a máxima prioridade» no ComparaJá, e isso exprime-se de várias maneiras. Assim, facultar uma ferramenta que promove o equilíbrio emocional, através do acesso simples e imediato a uma rede de psicólogos ou a conteúdos de wellness, «além de uma mais-valia inquestionável, veio também suplantar uma lacuna no que ao apoio psicológico aos colaboradores diz respeito».

As principais razões que levaram a empresa a formalizar esta parceria com a Team 24 foram a «acessibilidade e a maneira intuitiva com que os serviços são proporcionados», explica a responsável. Todos os colaboradores do ComparaJá receberam, por e-mail, o convite de acesso à plataforma, tanto em formato app como em formato web e, consequentemente, todos estão em condições de usufruir de imediato das diferentes valências e temáticas. Em funcionamento desde Janeiro, «o feedback inicial nestes dois meses tem sido manifestamente positivo».

Tendo bem presente que «os problemas de saúde mental não se resolvem como os problemas físicos», e consciente de que os «resultados variam de pessoa para pessoa», Sofia Croft reconhece que «será sempre complexo encontrar uma métrica absoluta que avalie uma parceria deste género». Contudo, o acesso a relatórios estatísticos, com dados objectivos que permitirão fazer pontos de situação regulares, será um valioso contributo para o principal resultado que pretendem atingir: que os colaboradores sejam «pessoas equilibradas e felizes, com elas próprias e com o trabalho».

Por outro lado, e para o mesmo objectivo de assegurar o bem-estar organizacional, o ComparaJá aposta numa liderança de grande proximidade entre equipas e dilui de forma expressiva os vários patamares hierárquicos, incentivando uma «estrutura de comunicação flat e de máxima abertura». Com esse propósito, a cada trimestre, a organização partilha com todos os colaboradores um questionário de satisfação onde observa, de forma analítica e concreta, as respostas e os índices de felicidade geral, exemplifica a profissional.

 

Foco no desenvolvimento pessoal e profissional
Não obstante concordar que as empresas estão sensibilizadas para a importância do tema, a head of People and Culture ressalva que o facto de serem uma «empresa composta por elementos jovens face à média» terá contribuído para esta «ênfase expressiva no equilíbrio e solidez mental de todos os colaboradores» desde cedo.

Actualmente, a equipa heterogénea do ComparaJá é composta por mais de uma centena de profissionais, com uma média de idades de pouco mais de 30 anos, de quatro nacionalidades dispersas por três continentes diferentes. O equilíbrio de género entre mulheres (58%) e homens (42%), aliado à diversidade de backgrounds, tanto a nível académico como profissional, aportam à equipa «uma mais-valia inquestionável» que não só identifica, como também diferencia a organização.

Ademais das competências técnicas, a flexibilidade e a capacidade de adaptação são «um must have no quotidiano» desta fintech. Orientação para a resolução de problemas, pensamento crítico, e comunicação assertiva e original, «mais-valias em qualquer contexto», são características igualmente valorizadas no ComparaJá.

Com um modelo de trabalho híbrido, a empresa faz questão de procurar o equilíbrio entre dias em teletrabalho e dias no escritório. «Privilegiamos a harmonia entre vida pessoal e profissional », havendo total flexibilidade para dias de trabalho a partir de casa, mas também promovem «o encontro das equipas no escritório», com o objectivo de fomentar o convívio entre todos e potenciar a colaboração entre equipas.

«Proporcionar experiências dentro e fora do escritório, que contribuam para o conforto e felicidade de grupo, já é tradição» na empresa. Disponibilizam diariamente fruta fresca em vários locais no escritório – «e também alguns doces», confessa Sofia Croft – e todas as sextas-feiras organizam um pequeno-almoço. Mensalmente, e também à sexta, anunciam os resultados da empresa e convidam todos os colaboradores para uma festa de final de dia que, «em ocasiões especiais, pode tomar contornos de festa temática». Tudo depende da imaginação e conta com o contributo de todos, realça, pois «só assim faz sentido».

Estes momentos – invariavelmente os de sexta são os mais valorizados – constituem factor de fidelização e «fazem parte integrante da experiência de colaborador», já que lhes permite «libertar e aumentar o potencial de cada um», garante a profissional. Para o ComparaJá, as suas pessoas «são a essência da empresa» e os verdadeiros elementos diferenciadores que o destacam dos demais.

Assim, não é de estranhar que outra das prioridades assumidas na Gestão de Pessoas seja o papel da organização enquanto local de desenvolvimento pessoal e profissional. «Estamos cientes da importância de ter uma experiência enquanto colaborador com a definição de um percurso claro das metas a alcançar, possibilitando o crescimento e desenvolvimento de novas competências.» Essa estratégia concretiza-se através de uma liderança capacitada para a difusão dos valores da empresa, alavancando as suas pessoas.

E Sofia Croft não tem dúvidas quanto à importância de cuidar dos colaboradores. «É consensual que existe uma relação directa entre felicidade e bem-estar e produtividade. Quanto maior a primeira, mais relevante é a segunda. É um fenómeno transversal.» No ComparaJá cuidam das suas pessoas para que elas cuidem da empresa «com gosto e se orgulhem da instituição que representam».

 

Prioridade na intervenção das empresas
No que ao tema da saúde mental diz respeito, a head of People & Culture não duvida de que é uma preocupação inquestionável para as empresas, cada vez mais sensibilizadas e atentas e igualmente para a sociedade. No panorama geral, entre os principais factores que contribuem para esta problemática no local de trabalho, aponta o fenómeno do isolamento no teletrabalho – «algo que se manifesta em silêncio e particularmente difícil de identificar» –, adensado pelo contexto pandémico vivido recentemente. E também o excesso de trabalho, associado à inexistência de equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional, que originará inevitavelmente situações de burnout.

Estas duas realidades carecem, sem hesitar, de uma acção enérgica e decidida por parte das empresas, com a adopção prioritária de todas as medidas possíveis que possam solucionar estes problemas. Iniciativas como a «promoção de um sistema de trabalho híbrido», a «criação de iniciativas lúdicas que vão desde a prática desportiva e práticas de mindfulness, até à criação de espaços de sinergia e criatividade» são alguns dos exemplos de boas práticas e um caminho que o ComparaJá tem percorrido.

Para o futuro mais próximo, Sofia Croft considera que parcerias, como a estabelecida com a Team 24, irão liderar inquestionavelmente as tendências nas empresas. «O futuro passará indubitavelmente pelo investimento no bem-estar transversal dos colaboradores. » Nessa linha, a experiência do colaborador na empresa, nos campos da felicidade, bem-estar e saúde mental, deve ser encarada de forma holística, através do desenvolvimento de projectos de felicidade organizacional que englobem as evoluções pessoal e profissional, considerando o indivíduo e a sua experiência, salienta. Dotar as lideranças de soft skills, que permitam diagnosticar, analisar e, acima de tudo, potenciar as diferentes individualidades dos colaboradores será também um ponto a não descurar. Apenas dessa forma, será possível «gerar um genuíno espírito de grupo e uma identidade corporativa comum».

 

Este artigo foi publicado na edição de Março (nº. 147) da Human Resources, nas bancas. 

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