40% dos portugueses pondera demitir-se

De acordo com o estudo “Kelly Global Workforce Index”, muitos trabalhadores em Portugal estão inquietos quanto ao seu futuro profissional. Menos de um terço dos profissionais sentem-se valorizados pela sua entidade empregadora e cerca de 40% pensam em demitir-se com frequência.

Apesar da conjuntura económica adversa, mais de três quartos (78%) dos inquiridos referem que tencionam procurar um novo emprego junto de outra entidade empregadora ao longo do próximo ano. As perspetivas de progressão e a procura de uma melhor remuneração são os principais motivos apontados.

«Constatamos que há muitas pessoas insatisfeitas com a sua situação profissional e que estão activamente à procura de novas oportunidades. Outras estão razoavelmente satisfeitas mas procuram um maior envolvimento e realização, pelo que estão disponíveis para abandonar situações que não lhes estejam a proporcionar essa componente», refere Afonso Carvalho, director-geral da Kelly Services.

O estudo analisa os factores que os trabalhadores utilizam para avaliar potenciais empregadores, as pessoas que influenciam as suas respectivas opções de carreira e a utilização das redes sociais na tomada de decisões relacionadas com a carreira.

Os resultados do estudo em Portugal revelam que:

– Entre as principais gerações de trabalhadores, a Geração X (31-48 anos de idade) é a que apresenta maior probabilidade de mudança de entidade empregadora, sendo que 82% planeia procurar um novo emprego ao longo do próximo ano, em comparação com 79% da geração de Baby Boomers (49-66 anos de idade) e de 75% da Geração Y (19-30 de idade).

– Menos de um terço (29%) dos inquiridos dizem estar satisfeitos com os seus empregos.

– Menos de metade dos inquiridos (42%) afirma que a sua actual situação profissional lhes proporciona um sentido de “realização”. A possibilidade de se “distinguirem ou desenvolverem” foi identificada por 81% dos inquiridos como sendo a chave para dar resposta a esse sentido de “realização”.

– Ao ponderar um cargo em detrimento de outro, os inquiridos apontaram a realização pessoal (equilíbrio trabalho/vida pessoal) (40%) e o crescimento/desenvolvimento pessoal (35%) como sendo os dois factores mais importantes a ter em conta. Estes factores estão ambos acima da compensação e benefícios.

– Quase um terço (29%) utilizam as redes sociais no âmbito de tomada de decisões relacionadas com a carreira ou a situação de emprego.

O estudo anual levado a cabo pela Kelly Services contou com as respostas de quase 170 mil pessoas oriundas de 30 países, incluindo mais de 10 mil em Portugal.

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